Dra Laura Fachin Greca

Dra Laura Fachin Greca Médica Endocrinologista
Titulada pela SBEM
CREMERS 26310
RQE 17830

Existe um pensamento que tomou conta do imaginário popular: “se alguém emagreceu, deve ter ido para o Mounjaro®.”As cane...
01/12/2025

Existe um pensamento que tomou conta do imaginário popular: “se alguém emagreceu, deve ter ido para o Mounjaro®.”

As canetas ganharam tanta visibilidade que, de repente, qualquer emagrecimento virou sinônimo de medicamento. E isso cria um ruído enorme. Enquanto a popularidade das canetas cresce, parece que a disciplina, a constância e o estilo de vida perderam lugar na narrativa do emagrecimento.

☑Como se a força de vontade tivesse saído de cena.
☑Como se todo resultado só pudesse existir com uma prescrição.
☑E como se a prescrição eximisse a pessoa de fazer todo o resto. Na verdade, a caneta é um complemento às MEV (Modificações do Estilo de Vida).

Existem pessoas que emagrecem porque começaram a treinar, porque reorganizaram a rotina, porque dormem melhor, porque passaram a comer de forma mais cuidadosa, etc. E elas continuam a maioria. E existem, sim, pessoas para quem a caneta faz parte desse processo de forma indicada, acompanhada, responsável.

O emagrecimento nunca foi um caminho de uma única via😉.

27/11/2025

Será que os pacientes que tratam a obesidade dependerão da medicação para o resto da vida? Talvez sim. Talvez não.

Se pensarmos que a obesidade é uma doença crônica, ou seja, não tem exatamente uma cura, em muitos casos a medicação será utilizada para sempre.

Como eu mencionei dias atrás, cada paciente é único e cada fenótipo da obesidade precisa ser compreendido para entendermos o quão dependente do medicamento ele será.

Há um fenômeno pouco falado, mas que define o que muitas pessoas vivem: o “food noise”, aquele ruído mental constante, i...
24/11/2025

Há um fenômeno pouco falado, mas que define o que muitas pessoas vivem: o “food noise”, aquele ruído mental constante, intrusivo, insistente, que empurra alguém para a comida mesmo quando não há fome real. É um pensamento que sabota planos alimentares, desvia metas e faz a pessoa acreditar que “não tem força de vontade”, quando, na verdade, é parte da própria fisiopatologia da obesidade.

E é exatamente nesse ponto que entram as terapias modernas, incluindo as famosas canetas. Além de ajudarem na regulação metabólica, elas silenciam esse ruído, diminuem a compulsão, reduzem a urgência de comer e tornam possível algo que, para quem não vive isso, parece simples: seguir um plano alimentar com menos calorias sem travar uma batalha interna a cada hora do dia.

Quando o food noise diminui, a alimentação deixa de ser um campo de batalha e começa a se parecer com aquilo que deveria sempre ter sido: uma relação saudável e sustentável com a comida.

Não existe um melhor tratamento para a obesidade, afinal, existem diferentes fenótipos para a doença e cada um deles dev...
20/11/2025

Não existe um melhor tratamento para a obesidade, afinal, existem diferentes fenótipos para a doença e cada um deles deve ter uma conduta especial.

Tem quem é obeso porque tem compulsão alimentar.
Tem quem é obeso porque tem metabolismo mais lento.
Tem que é obeso que tem o famoso "cérebro faminto”.
Entre outros.

E uma mesma pessoa pode, inclusive, ter mais de um destes fenótipos.

Por isso, mesmo que você ouça falar com frequência das medicações contra a obesidade, não esqueça: a mais moderna não significa que seja melhor. E a que funcionou bem para outra pessoa pode não ser a que vai funcionar melhor para você.

O Food and Drug Administration (FDA) dos EUA anunciou que vai remover as advertências de “caixa preta” (black box warnin...
18/11/2025

O Food and Drug Administration (FDA) dos EUA anunciou que vai remover as advertências de “caixa preta” (black box warnings) de diversos produtos de terapia hormonal para a menopausa.

Essas advertências existiam desde o início dos anos 2000 e foram baseadas em estudos antigos que apontaram risco aumentado de câncer de mama, doenças cardiovasculares, demência em mulheres que utilizavam terapia hormonal.

De acordo com o comunicado da FDA/HHS (Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA), a revisão da literatura atual mostra que para mulheres mais jovens (e especialmente se o início da terapia for dentro de até 10 anos após o início da menopausa ou antes dos 60 anos) os benefícios superam os riscos, e as advertências estavam “atrasadas” ou “baseadas em ciência defasada”.

Importante: a remoção não significa “zero risco”: algumas advertências permanecem, especialmente para terapias apenas com estrogênio em mulheres que ainda têm útero (risco de câncer endometrial), ou para casos com fatores de risco elevados. O tratamento SEMPRE deve ser individualizado e com prescrição médica.

Você sabia que a obesidade afeta uma porção central do cérebro, chamada hipotálamo? Uma inflamação do hipotálamo causada...
31/10/2025

Você sabia que a obesidade afeta uma porção central do cérebro, chamada hipotálamo?

Uma inflamação do hipotálamo causada por excesso de tecido adiposo pode levar à morte de neurônios relacionados à saciedade, e isso está relacionado com o descontrole do apetite e o ganho de peso.

Os análogos do GLP-1, como Ozempic® e Wegovy®, tem a ver com a história? Vai deslizando os cards para descobrir.

Não necessariamente.Quando o paciente deixa de apresentar perda de peso com o uso contínuo de análogos do GLP-1, isso ge...
22/10/2025

Não necessariamente.

Quando o paciente deixa de apresentar perda de peso com o uso contínuo de análogos do GLP-1, isso geralmente indica que o organismo já atingiu o platô terapêutico do medicamento, ou seja, o ponto em que o efeito máximo esperado já foi alcançado.

É importante compreender que agentes como semaglutida (Ozempic®, Wegovy®) e tirzepatida (Mounjaro®) não promovem perda de peso de forma ilimitada. Assim como qualquer fármaco, os análogos do GLP-1 possuem um teto fisiológico de resposta, determinado pela saturação dos receptores e pela adaptação metabólica do corpo ao estímulo.

Portanto, a estabilização do peso após determinado período de uso não significa falha terapêutica, mas sim o fim do efeito incremental esperado.

O manejo adequado nesse momento deve envolver reavaliação clínica, ajuste de dose (quando indicado) e, principalmente, reforço das medidas comportamentais que sustentam o resultado obtido.

Confesso que esse momento recente da medicina que me preocupa.O cuidado com o paciente, que deveria ser o centro da medi...
18/10/2025

Confesso que esse momento recente da medicina que me preocupa.

O cuidado com o paciente, que deveria ser o centro da medicina, vem sendo disputado com as estratégias de marketing e promessas de exclusividade. Médicos que parecem mais interessados em dominar técnicas de persuasão, construir “trilhas de encantamento” e atrair pacientes “high ticket” do que em dominar a ciência que sustenta a nossa profissão.

Mas Medicina não é sobre encantamento e glamour. É sobre compreender que cada paciente que senta à nossa frente entrega a nós o bem mais precioso que possui: a própria saúde.

Eu me recuso a acreditar que a boa medicina precise de “gatilhos de venda” para ser valorizada. A confiança do paciente não é sobre quem “morde a isca” e se torna um "lead". Ela se conquista com condutas seguras e resultados sustentáveis.

Medicina é ciência, não estratégia de conversão. E enquanto muitos estiverem preocupados em construir funis de venda, eu sigo construindo algo muito mais valioso: uma relação de confiança baseada no cuidado verdadeiro e no respeito à boa prática médica.

Feliz Dia do Médico.

É impressionante como, mesmo com tantos alertas de sociedades médicas sérias, ainda vemos pessoas acreditando em promess...
16/10/2025

É impressionante como, mesmo com tantos alertas de sociedades médicas sérias, ainda vemos pessoas acreditando em promessas milagrosas disfarçadas de “tratamentos modernos”. A soroterapia é um dos exemplos mais preocupantes disso.

Esses coquetéis intravenosos de vitaminas e minerais, muitas vezes coloridos e até saborizados, são vendidos como se fossem a solução para tudo: pele bonita, imunidade fortalecida, corpo “desintoxicado”. Mas a verdade é uma só: não há respaldo científico que comprove qualquer benefício real da soroterapia em pessoas saudáveis. Nenhum estudo sério validou essas práticas e nenhuma diretriz médica reconhece seu uso.

O que há, sim, é um grande mercado explorando a vulnerabilidade de quem busca bem-estar rápido e resultados estéticos imediatos. E o mais preocupante: muita gente acreditando que está fazendo algo confiável e seguro só porque está dentro de uma clínica médica bonita.

Como médica endocrinologista, reforço: na saúde, o que parece bom demais para ser verdade, geralmente não é verdade (quiçá traiçoeiro).

09/10/2025

As chamadas “canetas manipuladas” ganharam espaço nos últimos tempos, mas é importante esclarecer alguns pontos sobre elas. Veja aqui neste vídeo e depois me conte: você já se sentiu seduzido(a) a trocar o seu tratamento atual pelo manipulado?

Se sim, lembre-se: na medicina, precisamos sempre priorizar aquilo que foi testado, validado e aprovado por órgãos regulatórios. É isso que garante segurança e os resultados consistentes de cada tratamento.

No post anterior eu comentei sobre a relação confusa entre alimentos saudáveis e alimentos de baixa caloria. Me lembrei,...
03/10/2025

No post anterior eu comentei sobre a relação confusa entre alimentos saudáveis e alimentos de baixa caloria. Me lembrei, então, de uma pauta que eu também gostaria de abordar e que, de certa forma, é um gancho deste assunto.

Pacientes obesos podem ser pacientes desnutridos.

Isso acontece porque, muitas vezes, o padrão alimentar é baseado em alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras ruins e sódio, mas pobres em vitaminas, minerais, fibras e proteínas de qualidade.

O resultado é um organismo que acumula energia em forma de gordura, mas que carece de nutrientes essenciais para o funcionamento adequado.

Assim, não é raro encontrar pacientes com obesidade apresentando deficiências de ferro, vitamina D, cálcio, vitamina B12, entre outros. Portanto, o foco do cuidado não deve estar apenas em quantidade de comida, mas sim em qualidade nutricional.

Em qualquer cenário alimentar, comer muito não significa estar bem nutrido. E é justamente aí que mora a importância de um acompanhamento médico e nutricional adequado.

Muita gente considera um alimento saudável um alimento com poucas calorias, mas essas duas ideias não são sinônimas.Um a...
01/10/2025

Muita gente considera um alimento saudável um alimento com poucas calorias, mas essas duas ideias não são sinônimas.

Um alimento saudável é aquele que traz nutrientes importantes para o corpo, como vitaminas, minerais, fibras, proteínas de boa qualidade e gorduras boas. Ele contribui para o funcionamento adequado do organismo, ajuda a prevenir doenças e promove saciedade.

Já o valor calórico está ligado apenas à quantidade de energia que o alimento fornece. Alguns alimentos extremamente nutritivos têm, sim, uma densidade calórica mais alta, como os exemplos clássicos do abacate, das oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) e do azeite de oliva.

Ou seja, alimentos saudáveis podem ser calóricos e prejudicar a dieta de quem busca emagrecimento e/ou controle do peso. A questão é equilíbrio e quantidade.

Endereço

Rua Mostardeiro 5/501
Porto Alegre, RS
90430001

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 08:30 - 18:30
Terça-feira 08:30 - 18:30
Quarta-feira 08:30 - 18:30
Quinta-feira 08:30 - 18:30
Sexta-feira 08:30 - 18:30

Telefone

+555130300480

Notificações

Seja o primeiro recebendo as novidades e nos deixe lhe enviar um e-mail quando Dra Laura Fachin Greca posta notícias e promoções. Seu endereço de e-mail não será usado com qualquer outro objetivo, e pode cancelar a inscrição em qualquer momento.

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram