22/08/2025
A imagem do lótus, que floresce apenas porque encontra na lama o solo necessário, nos convida a pensar sobre os paradoxos da vida psíquica.
Na psicanálise, aquilo que chamamos de “lama” pode ser associado às nossas dores, conflitos, marcas do inconsciente e experiências difíceis. São justamente esses elementos, muitas vezes incômodos e evitados, que fertilizam o processo de autoconhecimento.
Não há elaboração sem atravessamento. A flor não existe apesar da lama, mas por causa dela. Assim também, o sujeito não se constitui sem sua história, com suas sombras e contradições.
O lótus nos lembra que é do encontro com o que dói — e não de sua recusa — que pode surgir algo novo, vivo e criativo.