12/09/2025
Uma viagem incrível, castelos lindos, arquitetura maravilhosa de arrancar o fôlego, era até difícil acreditar no que eu estava vendo, mas além de todas vistas de grandiosidades que essa viagem pra Europa me proporcionou, o que de fato me prendia mais a atenção eram os pequenos detalhes, aqueles bem sutis, minha cabeça estava livre ali naquele momento, livre para olhar para tudo o que há de mais minucioso, prestar atenção em coisas que talvez eu não prestaria normalmente em um dia- a-dia, o tempo até parecia ser outro, (e na verdade era rs, cinco horas a mais do Brasil) , estava sem preocupações, e isso me possibilitou olhar para a grandiosidade de algo pequeno rs, sentir os cheiros diferentes, gostos, texturas, vi pombas voando e se juntando em uma praça, aos montes, pombas se banhando, crianças br**cando, uma marca na parede escrito “sos” no campo de concentração, desenhos no céu feito por aviões, tantos detalhes que contam histórias, e passíveis de se criar histórias, é essa sutileza da vida que me prende, que me dá fôlego, que me “preenche”.
Fazendo uma relação com o processo de análise, ao se escutar uma história, uma vida, é necessário que se tenha essa capacidade de capturar o minucioso, uma frase, uma palavra, uma letra, diante toda uma história, todo um discurso, às vezes é ali naquela palavra específ**a que tudo faz a diferença, que tudo pode ser compreendido ou desconstruído, que tudo pode fazer sentido, às vezes a grandiosidade de uma história longa não é tão relevante do que uma simples palavra, do que um lapso, do que até mesmo um esquecimento.
Mas para se perceber, ou melhor, para se escutar o que pode ser tão sútil, é necessário ter o que chamamos de atenção flutuante, assim como eu estava na viagem, com a cabeça “livre” aberta às sutilezas, a escuta atenta é exatamente isso, não se deixar contaminar com os próprios pensamentos, julgamentos, moral, etc, é estar ali, bem presente, escutando o outro…
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