08/09/2025
Crônica – O medo do brilho alheio
Há pessoas que andam pelo mundo como se carregassem um espelho rachado no peito. Olham os outros e, em vez de enxergar beleza, enxergam ameaça. O sorriso luminoso de alguém, para elas, não é convite à leveza, mas risco de apagarem ainda mais a própria chama.
Esses inseguros, em vez de aprenderem com o brilho alheio, tentam apagá-lo. É como se estivessem numa sala cheia de velas e, ao ver uma chama mais intensa, corressem para soprá-la, acreditando que assim a própria luz parecerá maior. Esquecem que, no fim, a sala toda f**a mais escura.
Diminuir, desmerecer, criticar… são verbos que vestem como armaduras frágeis. Por trás da ironia, da fofoca e da acidez, mora apenas o medo: medo de não ser suficiente, medo de não ser visto, medo de perder o lugar que nunca foi realmente deles.
Mas o curioso é que o brilho verdadeiro não pede licença. Ele não compete, não disputa espaço. Ele simplesmente existe. E quanto mais alguém tenta escondê-lo, mais ele escapa pelas frestas, iluminando sem pedir desculpas.
A vida tem disso: sempre haverá quem escolha ser vela e quem escolha ser vento. O vento sopra, faz barulho, mas passa. A vela, se protegida, segue firme, iluminando quem chega perto.
No fim, é simples: diminuir o outro nunca fez ninguém crescer. O brilho que incomoda é justamente aquele que revela a sombra de quem tenta apagar.