Mariana Guerra - Consultório de Psicologia

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Clotilde Leguil, em “O ser e o gênero: homem/mulher depois de Lacan”, sobre o enigmático axioma lacaniano.Esse livro, al...
08/07/2021

Clotilde Leguil, em “O ser e o gênero: homem/mulher depois de Lacan”, sobre o enigmático axioma lacaniano.
Esse livro, aliás, é uma ótima leitura para quem se interessa pelas intersecções entre estudos de gênero e psicanálise.

Ótimo texto de Marcelo Veras, publicado em , situando o negacionismo, que é marca do nosso tempo, não na esfera do discu...
08/06/2021

Ótimo texto de Marcelo Veras, publicado em , situando o negacionismo, que é marca do nosso tempo, não na esfera do discurso, mas do gozo. Como tal, trata-se de algo que está fora do sentido, que descarta a palavra do Outro e mobiliza o corpo. A certeza (gozo) negacionista aproxima-se da certeza presente no delírio paranoico, resultante da captura imaginária. A saída, portanto, não pode se dar pela via da segregação.

Nunca se falou tanto em bem-estar. Todos os dias, nas nossas redes, somos bombardeados por conteúdos que ensinam, aconse...
25/03/2021

Nunca se falou tanto em bem-estar. Todos os dias, nas nossas redes, somos bombardeados por conteúdos que ensinam, aconselham, prescrevem e recomendam uma série de fórmulas, cuidados, produtos e manuais supostamente capazes de nos fazer encontrar as respostas que buscamos em meio ao caos. Propõem uma saída pela via de um ideal que serviria para todos. Oferecem um padrão, desse mesmo tipo que tanto se problematiza por aqui.

A psicanálise vai na contramão. Propõe uma salvação não pela via do bem-estar, mas do dejeto, do rebotalho, do resto, daquilo que cai. Como assim? Não se trata de forma alguma de um culto ao sofrimento. Pelo contrário. Mas da possibilidade de inventar a partir do que fracassa.

O dejeto é aquilo que é impossível nomear, sobre o qual não há palavras para dar conta e que o sujeito não consegue saber de onde vem. Relaciona-se com o que há de mais íntimo em cada um. É um lixo precioso, pois é a partir de onde se pode criar uma invenção libertadora que, por vir do nada, por não estar nos manuais, pode apresentar uma durabilidade para além de um prazo de validade.

“O processo analítico, pelo fato de ser uma experiência de palavras, utiliza-se de significantes fixados na memória extr...
26/11/2020

“O processo analítico, pelo fato de ser uma experiência de palavras, utiliza-se de significantes fixados na memória extraídos do campo do Outro, que vão emergir no discurso do analisante, cujo pano de fundo são as lembranças, as recordações, as fantasias e as identificações que se constituíram na relação com o Outro.

Esses significantes determinam a existência do sujeito e condicionam a forma como este se apresenta no mundo. Daí decorre a importância de serem localizados na experiência analítica, uma vez que o sujeito se apresenta na análise por meio de ditos, para o analista extrair deles um dizer do inconsciente.

O sujeito do inconsciente se opõe ao sujeito da filosofia de Descartes, que apresenta o Eu como lugar da verdade. O sujeito do inconsciente é o sujeito dividido que se revela nos equívocos, nos enigmas, mas metáforas, nos sonhos e se apresenta sob a forma de dúvidas, e não de respostas”.
Maria Eliane Neves Baptista no ótimo “Um ponto de partida... A interpretação analítica”.

Em A sexualidade feminina (1931), Freud observa que a mulher pode escolher um parceiro amoroso “herdeiro do relacionamen...
24/08/2020

Em A sexualidade feminina (1931), Freud observa que a mulher pode escolher um parceiro amoroso “herdeiro do relacionamento dela com a mãe”. Lacan, em seu último ensino, chama de devastação (ravage) a esse traço destrutivo que marca a relação entre mãe e filha e que, com frequência, atualiza-se na relação amorosa entre a mulher e o parceiro.

Podemos definir a devastação como uma erotomania materializada na forma de uma “outra face do amor”, como situa Jacques-Alain Miller. O que acontece é que, do lado feminino, a demanda de amor se inscreve de forma absoluta. E, mais ainda, há uma lei direcionada ao objeto de amor que complica tudo: algo como “se te amo, tens que me amar”.

Diante da impossibilidade de ser A mulher de um homem – o que só é possível na loucura -, a devastação se apresenta como condensada na fórmula proposta por Eric Laurent: “dar tudo para um homem para ser tudo”. No entanto, no terreno do ilimitado do gozo feminino, pode-se deslizar facilmente do “ser tudo” ao “ser nada”.

É no campo das relações, seja com um filho, com a mãe ou com um parceiro (amoroso ou o analista), que a erotomania produzirá os seus efeitos devastadores, já que a mulher, enlaçada por um amor sem limites e pouco articulado ao desejo, não encontra outra saída senão fazer-se objeto resto do desejo do gozo do Outro.

O trabalho em análise oferece uma possibilidade de se desvencilhar dessa posição de dejeto que leva à demanda ilimitada de amor do Outro – o qual jamais poderá responder na mesma medida – e de construir pontos de ancoragem para o sem limites do gozo feminino.

29/05/2020
“Se a histeria foi elevada por Lacan à categoria de discurso, a neurose obsessiva, descrita por Freud como um dialeto da...
25/05/2020

“Se a histeria foi elevada por Lacan à categoria de discurso, a neurose obsessiva, descrita por Freud como um dialeto da histeria, seria a neurose contemporânea por excelência, consequência de uma certa relação do sujeito com o discurso capitalista do mundo atual”.
Elisa Alvarenga, em “A neurose obsessiva no feminino”.

Que estratégias podemos usar para dar conta do imperativo do supereu durante a quarentena?Para aqueles que estão extenua...
24/05/2020

Que estratégias podemos usar para dar conta do imperativo do supereu durante a quarentena?
Para aqueles que estão extenuados pelo trabalho, é importante delimitar os horários de expediente e examinar quais demandas precisam ser atendidas imediatamente e quais são aquelas que podem esperar.

Estabelecer um limite de horário para a comunicação com chefes e colegas de trabalho nos aplicativos de conversa instantânea também é recomendável, assim como resguardar o tempo que deve ser dedicado à família e ao descanso.

Para aqueles que estão com dificuldade de fazer qualquer coisa, é importante buscar estabelecer uma rotina possível de ser cumprida. Não é o caso de fazer mil cursos, de se transformar em um atleta ou em um mestre de yoga, outra faceta do supereu na qual se pode deslizar.

No entanto, atividades mais simples de cuidado consigo mesmo, com a casa, o contato com amigos ou familiares podem ajudar a fazer frente ao tédio e à angústia.

Trata-se de dar um limite ao excesso de gozo de objeto nada para fazer surgir uma falta que permita que o sujeito venha a desejar.

Imagem: Thomas Demand.

Se em tempos pré-pandemia, o home office era o sonho de muitos trabalhadores pela possibilidade de abolir longos desloca...
21/05/2020

Se em tempos pré-pandemia, o home office era o sonho de muitos trabalhadores pela possibilidade de abolir longos deslocamentos, com a quarentena, o trabalho remoto tem sido fonte de sofrimento para muitos.

Um dos efeitos mais recorrentes do confinamento para os trabalhadores que estão exercendo suas atividades nesse regime são queixas relacionadas ao excesso de trabalho. Um excesso resultante do apagamento dos marcadores de tempo (horários de expediente, intervalos, hora de largar).

Ouvimos sujeitos que se sentem extenuados, alguns até assediados, diante das demandas de trabalho sem limites e da dissolução da fronteira entre trabalho e lar. A internet, na medida em que permite que estejamos disponíveis 24 horas, consente que o trabalho avance implacavelmente sobre nós.

O excesso de trabalho também surge como uma defesa, uma forma de proteger-se da angústia gerada pelo momento que vivemos. Trabalha-se muito, mas com todas as certezas abaladas, a sensação é de não estar avançando, progredindo. Então, trabalha-se mais.

Por outro lado, há aqueles que não conseguem fazer nada e, capturados pela mesma sensação de não estar avançando, sentem-se culpados. Em todos os casos, vemos a ação imperiosa do supereu, a nossa instância julgadora, que nos impele a querer trabalhar e produzir excessivamente, nos levando à exaustão ou à culpa.

Imagem: Thomas Demand

“A voz é essa parte do corpo que é preciso pôr em jogo - sacrificar, poderíamos dizer - para produzir um enunciado de li...
17/05/2020

“A voz é essa parte do corpo que é preciso pôr em jogo - sacrificar, poderíamos dizer - para produzir um enunciado de linguagem. Suporte da enunciação discursiva, a voz desaparece atrás do sentido.

Esse fenômeno, que tende a apagar a voz atrás do que se diz, é facilmente detectável quando alguém toma a palavra. No início, pode-se ser captado pelas características da voz (seu sotaque, por exemplo), mas esse processo desaparece tão logo se preste atenção ao que é dito. A fala vela a voz”.

Jean-Michel Vivés, em “A Voz no Divã”.

“Eu dizia: “Ou a criança preenche, ou a criança divide”. Quanto mais a criança preenche a mãe, mais ela a angustia, de a...
15/05/2020

“Eu dizia: “Ou a criança preenche, ou a criança divide”. Quanto mais a criança preenche a mãe, mais ela a angustia, de acordo com a fórmula segundo a qual é a falta da falta que angustia”.

Jacques-Alain Miller, em “A criança entre a mulher e a mãe”.

Imagem: Gregory Crewdson ()

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