25/07/2025
Posted • Você já percebeu que, para muita gente, “tratar TDAH” virou sinônimo de ajustar dose de metilfenidato? Pois existe um caminho que vai além da farmacologia e que pode devolver ao cérebro o poder de pilotar a própria atenção: bem-vindo ao neurofeedback.
Neurofeedback é uma intervenção não invasiva que usa sensores para captar padrões elétricos corticais em tempo real. O software transforma esses sinais em estímulos visuais ou sonoros instantâneos; o paciente responde, ajusta, consolida. Estudos de fMRI e qEEG mostram aumento de fluxo sanguíneo pré-frontal, normalização de ritmo beta e melhora na conectividade entre redes de atenção sustentada e controle inibitório. É fisiologia aplicada à aprendizagem autorregulatória.
Na prática, quem completa protocolos personalizados exibe reduções clinicamente relevantes em desatenção, impulsividade e variabilidade inter-trial — dados que persistem meses após o fim das sessões. Crianças relatam menos frustração escolar; adultos relatam produtividade sem o “efeito zumbi”. Quando bem indicado, pode reduzir a dose de psicoestimulantes ou substituir a medicação em casos de eventos adversos.
Mas há um gargalo gritante: acesso. No Brasil, menos de 20 % dos pacientes com TDAH recebem qualquer intervenção além da receita; o SUS não cobre neurofeedback e planos privados raramente autorizam. Resultado? Quem poderia treinar o cérebro continua refém de uma prescrição que, sozinha, não fecha a conta funcional nem a conta social.
Investigar TDAH é enxergar contexto, neurobiologia e desigualdade. Neurofeedback não é atalho mágico, é ciência emergente que precisa chegar a quem mais depende dela.
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