09/12/2025
Poucas métricas na ventilação mecânica ganharam tanta força quanto a Driving Pressure. E a mais nova revisão sistemática com meta-análise publicada em 4/12/25 ajuda a entender, com mais clareza, qual é o papel dela na SDRA.
A DP ganhou destaque por traduzir, de forma simples, o estresse aplicado ao “baby lung”. E a literatura observacional tem sido consistente em mostrar que DP elevada se associa a piores desfechos.
A pergunta da revisão foi direta: usar a DP como alvo principal melhora desfechos comparado à ventilação protetora clássica?
Os 4 ECRs analisados mostram que limitar DP não reduziu mort@lid@de, não aumentou dias livres de ventilador e não reduziu tempo total de hospitalização. E um detalhe ajuda a entender isso: DP e volume corrente ficaram praticamente iguais entre as estratégias nos primeiros dias. Se o comportamento ventilatório não muda, os desfechos tendem a acompanhar essa semelhança.
A revisão também lembra que perseguir DP muito baixa pode gerar compensações fisiológicas importantes — hipercapnia, FR elevada e assincronias — que nem sempre favorecem proteção pulmonar.
Outro ponto essencial: a DP do ventilador não separa pulmão de parede torácica. Em perfis como obesidade, ascite e pós-operatório abdominal, o valor pode superestimar o estresse alveolar. Nesses casos, ΔPL (driving transpulmonar) pode ser mais significativo.
O que a meta-análise reforça é que a ventilação protetora moderna não se apoia em um único número, mas na integração entre:
• mecânica respiratória
• esforço/drive
• recrutabilidade
• heterogeneidade pulmonar
• mechanical power
• sincronismo e conforto
• fenótipo fisiopatológico
DP segue sendo um marcador valioso, mas dentro de um contexto mais amplo e individualizado. E proteger de verdade exige entender como cada pulmão responde ao que fazemos no ventilador.
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