10/09/2020
Quem cuida do cuidador? Seja ele profissional da área de saúde, uma mãe, um pai ou algum familiar que cuide de um ente querido. Quem cuida dessas pessoas que se doam pela saúde e bem-estar do outro?
Sempre cuidaremos de alguém em algum momento da nossa vida (pessoal e/ou profissional). Faz parte da nossa existência. Porém, é uma tarefa que demanda muito esforço emocional e físico.
Não cuidar da saúde física e mental nesse momento pode levar o cuidador a necessitar de ajuda, precisando de assistência psicológica e médica, ou seja, inverter os papéis e agora ser cuidado.
É necessário ter uma atenção especial a todos que estão envolvidos neste processo, profissionais e familiares.
De acordo com o grau de envolvimento e demandas apresentadas pelo paciente/familiar, o cuidador pode apresentar uma forte relação de vínculo afetivo. Dessa forma, inicia o processo de se anular da vida social, do lazer, não solicitar ajuda, estando sempre estafado, estressado, impaciente, com sobrecarga emocional, reduzindo o autocuidado tão importante e necessário para seu bem-estar, podendo chegar a uma exaustão.
Tem-se que perceber os limites de cada pessoa: “até onde posso ir (meu limite) para me manter uma pessoa saudável, tanto física quanto psicologicamente, e realizar meu trabalho com eficácia?”, “Como estou lidando e expressando minhas emoções e meus sentimentos?”, “O que posso fazer para tornar minha rotina mais tranquila, leve e prazerosa?”, “O que eu fazia e hoje não pratico mais de lazer e atividade física?”, “Quando estive numa reunião com meus familiares e amigos?”, “Como está meu sono? Durmo quantas horas por dia?”.
Essas perguntas nos fazem refletir e (re)pensar sobre como estamos vivenciando nosso cotidiano: “Estamos de fato nos cuidando também?”, “Como posso fazer para modificar meus comportamentos diários, a fim de obter melhor qualidade de vida?”.
O psicólogo Gustavo Souza diz: “Cuidar não é fazer pelo outro, mas, sim, fazer junto com o outro. Cuidar é, sobretudo, respeitar as particularidades individuais, reconhecendo-se nesse processo”.
Gleice Cleone - Psicóloga da Clínica Integrar