18/08/2022
Enquanto as duas escovas de dentes namoram, escuto “unchained melody”:
- my love, I am hunger for your touch! - Elvis grita com paixão e dor.
Vivemos a época do discurso da autossuficiência. Armadura tão frágil que mal esconde a ferida emocional:
- estou só e desamparado. Melhor não contar com ninguém. Vai que preciso de apoio e dou de frente com o terrível fantasma da minha solidão? Melhor fingir que sou descolado.
O que dois seres humanos fazem com a condição de dependência que os une?
A palavra DEPENDÊNCIA costuma nos arrepiar. Mas, se meditarmos sobre ela, veremos que dependemos de inúmeros seres: nossos pais, avós, amigos, cônjuges. Dependemos de garis, padeiros, médicas, professoras, boleiras, artistas. Dependemos de árvores, chuvas, rios, pets e joaninhas (porque elas são muito fofas).
Fazemos parte de uma orquestra, baby.
E, não só dependemos dela, como também temos responsabilidade em cuidar.
- ah, mas não quero depender! Nem quero compromissos! Quero ser livre!
Escuto a voz de Raul Seixas: aonde você pensa que vai? Nana-nina-não!
Será que podemos desafiar o monstrinho do desamparo e da rejeição e dizer:
- guria, eu preciso de você. A saudade tá grande demais. Hoje só o seu chamego para me fazer feliz…
Ou:
- estou aqui para tu. Eu me importo. Pode confiar em mim. Relaxa: também posso ser teu chão.
*em muitas tradições, como o Tarô de Marselha, o vermelho simboliza o masculino e o azul simboliza o feminino.
A união entre masculino e feminino gera prosperidade. Somos um time 🙏🏽