27/11/2025
Não conheço psicólogo, clínico, do esporte, da educação, que anda de Ferrari. Só a superficialidade do coaching. É sobre isso que conversarei, ao vivo, com Zé Piotto, que também não anda de Ferrari.
Quais foram as maiores invenções humanas? O motor? O computador? Ou a máquina de lavar? Nada disso, muito menos, a estupidez da última pergunta. As maiores invenções humanas foram a agricultura, milênios atrás, e a revolução industrial, de séculos.
Quando deixamos de comer o que coletávamos, e aprendemos a plantar, cuidar, e colher, fixamos nossos pés. Em terras que produzem, com água, com sossego, assentamos em vilas, desenvolvemos línguas e territórios.
Com domínio do fogo, do metal, conseguimos ir mais longe. Da faca da pedra polida, ao torno da indústria, avançámos, enormemente. Mas involuimos, diversas vezes. E não conseguimos alcançar um êxtase, um nirvana, a salvação justa, que faria uma convivência bacana entre as gentes.
No mundo atual, que conflui agricultura de defensivos venenosos, fome e excesso, discorremos dr**as e guerras. A tecnologia do ferro caminha para o carbono, e a exatidão que esperávamos, nos desconstrói.
O Uber leva, o iFood traz, o Tinder apresenta, o Instagram mente, o LinkedIn também. Ainda tem as plataformas mais escondidas, que discordam, zeram o raio do X, de uma rede antissocial com esse nome, ou os vídeos com o X antecedendo. Tecnologia que nos fez viver, ao contrário do que poderíamos imaginar - costurarmos com a mão os buracos de ozônio, para corrigir o desenvolvimento - involuímos o desenfreado, em mais exclusão, fome, obesidade e desentendimento.
Não consumir com preço justo, mas comprar em quantidade, para exibir, ostentar. Como é feio o que se faz para ficar bonito. O dente artificialmente branco em cima, amarelo embaixo, o cabelo grosseiramente implantado com a barba, a marca na roupa, e a joia que grita, um gosto questionável, uma ordem do sistema que manda.
A felicidade, para ser constante, precisa ser modesta. Felicidade que se apoia na raiz de um sonho de liberdade. Excesso que não tem nada a ver com isso. Desejos que surgem, na aurora da disciplina, no alvorecer da organização, da justa divisão.