01/12/2025
Cortar laços nunca é fácil, especialmente quando se partilhou momentos, memórias e sonhos com alguém. Mas, por vezes, a única forma de recuperar a paz é deixar ir relações que nos pesam. Como homens ou mulheres o que estiver pior, muitas vezes aprendemos a suportar, a calar-nos, a aguentar tudo em silêncio, como se o peso dos outros se tornasse o nosso fardo por defeito. Mas, ao fim de algum tempo, é preciso perguntar-se: a que preço continuo a manter este laço? Se cada interação, cada palavra trocada deixa mais feridas do que conforto, talvez seja hora de se libertar.
Dizemo-nos frequentemente que devemos ser leais, permanecer presentes, mesmo quando isso nos custa. Pensamos que cortar um laço é uma forma de fraqueza, que é fugir das nossas responsabilidades. Mas, na realidade, é um ato de coragem. Porque pôr fim a uma relação que nos oprime é escolher respeitar a nós próprios. É admitir que o nosso bem-estar merece tanta consideração quanto o do outro. Não temos de ser o pilar de quem nos enfraquece; pelo contrário, temos o direito de escolher as relações que nos elevam, que nos motivam, que nos tornam melhores.
Aprendi que cortar um laço não apaga o passado, mas liberta o futuro. É como desfazer-se de um peso invisível que nos retinha, que nos impedia de avançar. Ao deixar partir as relações que nos pesam, damos a nós próprios a oportunidade de respirar, de reconstruir e de fazer espaço para algo novo. Não é ser insensível, nem egoísta; é reconhecer as nossas próprias necessidades e atendê-las. A vida é curta e é demasiado preciosa para permanecermos ligados a fardos. Ao cortar, damos-nos a possibilidade de viver plenamente, sem nos sentirmos acorrentados.