06/11/2020
Hoje trouxemos o “Position Paper” da NASPGHAN e da ESPGHAN sobre nutrição da criança com pancreatite. De modo bem didático, apresentam as principais recomendações sobre o manejo nutricional da criança com pancreatite aguda, aguda recorrente e crônica. Resumimos os pontos principais:
- PANCREATITE AGUDA: Na forma leve, a dieta enteral deve ser iniciada o quanto antes (de preferência nas primeiras 48h de doença), por via oral sempre que possível. Na forma grave, dieta precoce (nas primeiras 72h) também é recomendada, desde que tolerada. Dá-se preferência pela via oral mas a sonda nasogástrica pode ser necessária. Não há superioridade no uso da sonda naso-enteral ou nutrição parenteral. Ambos só devem ser usados quando a outras vias não forem toleradas. Em relação ao tipo de dieta, recomenda-se dieta regular, não sendo necessário uso de fórmulas especiais.
- PANCREATITE AGUDA RECORRENTE (NUTRIÇÃO ENTRE OS EPISÓDIOS): dieta via oral deve ser iniciada o quanto antes e não há evidências suficientes para se recomendar uso de dieta especial como pobre em gorduras. A reposição das enzimas pancreáticas só deve ser usada na evidência de insuficiência pancreática exócrina (IPE). Não se recomenda o uso de antioxidantes ou probióticos.
- PANCREATITE CRÔNICA (PC): Crianças com PC podem ter gasto energético basal maior que o habitual então, recomenda-se monitorização do peso, estatura e IMC a cada 3-6 meses. Pelo risco de deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D E, K), deve ser realizada monitorização das mesmas a cada 6-12 meses e suplementação se necessário. Crianças com deficiência de vitamina D, desnutrição ou história de fraturas devem ter a densidade óssea monitorizada. IPE deve ser triada a cada 6-12m por meio de elastase f***l ou esteatócrito de 72h e reposição enzimática deve ser feita quando documentada. Não é necessário o uso de nenhuma dieta especial no manejo da PC, com excessão daquelas causadas por hipertrigliceridemia.