02/08/2019
Se você amamentou por um único dia, por uma semana, por dois meses ou por 4 anos, a semana mundial do aleitamento materno é para você.
É para falar de algo que é nosso. E como tudo que é da mulher, já foi sabotado, desvalorizado e não há apoio. Se homens amamentassem, se tivessem mastite, se o mamilo rachasse, existiria informação sobre amamentação até em caixa eletrônico.
Seios podem ficar expostos no carnaval, na propaganda de cerveja, pode ser piadinha na novela, mas há regras quando o objetivo é exercer o papel principal do seio de toda mamífera: nutrir e aconchegar o filhote da própria espécie.
E começa desde criança, dos padrões ridículos de beleza, até o parir, nutrir, trabalhar, viver.
A insegurança que plantam em nossa mente é uma indústria bilionária. Nosso corpo é cifrão e com a amamentação não seria diferente.
Leite materno é gratuito, é o líquido mais fodástico do mundo e não pode ser replicado. Quer pesadelo maior? Produzimos de graça a poção mágica dos ursinhos gummy.
Enquanto ficamos nesse papo de “mais mãe ou menos mãe”, continuamos perdendo.
Sofremos desrespeito em todos os tipos de parto. Golden hour roubada.
Enquanto isso, dizem que a mãe não tem leite, que o corpo precisa voltar (afinal, pariu há 6 dias) e o RN precisa ficar quieto no balanço que gira e treme, que parece colo, mas não é colo, afinal “colo estraga”.
Enquanto isso, em 3 meses a mãe retorna ao trabalho e tenta ordenhar rapidinho, sentada na privada de um banheiro.
Enquanto isso, a especialização em pediatria ensina pouco sobre amamentação e 99% dos pediatras não manjam nada do assunto.
Enquanto isso, nós continuamos aqui, nos justificando e nos atacando, fazendo exatamente como manda o figurino.
Autora: .maternidade
LivrosRafaelaCarvalho.com