20/11/2025
A reposição hormonal não é perigosa.
O risco não está no hormônio.
O risco está no contexto clínico errado.
A terapia hormonal se torna perigosa quando é iniciada sem uma avaliação completa do eixo hipotálamo–hipófise–gonadal, sem análise de risco cardiovascular e sem estudo de receptores hormonais.
É perigosa quando ignora o timing: iniciar terapia muito tardiamente no climatério, por exemplo, aumenta risco tromboembólico e não oferece os mesmos benefícios neuroprotetores descritos nas evidências.
Também é perigosa quando a reposição é feita com doses supra fisiológicas, sem monitorização de SHBG, TSH, perfil lipídico, ferritina, inflamação, função hepática e parâmetros endometriais.
Perigosa é a reposição que não distingue mulheres com histórico pessoal ou familiar de câncer hormônio-dependente, trombofilias, mutações genéticas e fatores de risco específicos que exigem abordagem diferenciada.
Perigosa é a reposição baseada em sintomas, e não em fisiologia.
Os estudos mais robustos mostram que a terapia hormonal segura é aquela que considera janela de oportunidade, tipo de molécula, via de administração, risco individual e objetivos terapêuticos. Estradiol transdérmico, por exemplo, tem risco muito inferior ao de preparações orais para eventos trombóticos. Progesterona micronizada tem melhor perfil metabólico e cardiovascular do que progestágenos sintéticos. Isso não é opinião. É ciência.
A reposição hormonal bem indicada reduz risco de osteoporose, protege o sistema cardiovascular, melhora cognição e mantém a mulher funcional e saudável durante o envelhecimento.
O problema nunca foi o hormônio. O problema é a falta de precisão.
Se você tem dúvidas sobre segurança, a pergunta correta não é “a reposição é perigosa?”, mas “qual é o meu risco individual e qual é a melhor estratégia terapêutica para mim?”.
Se quiser entender se a terapia hormonal é segura no seu caso, comente “SEGURANÇA” que eu explico o primeiro passo.