17/03/2024
🌬️ Um bebê depara-se com seu próprio reflexo no espelho. Um novo ser no mundo ainda não sabe o que é aquilo.
🪞Quando a imagem não é mais indiferente, o primeiro momento diz de um estranhamento, "quem é esse outro" ? O segundo diz de uma desconfiança/ confusão, "esse outro está aqui ou lá, sou eu ou outra pessoa" ? O terceiro momento diz de uma capacidade simbólica, "aquele que está ali não é exatamente eu, mas uma representação de mim mesmo".
Então, um outro valida, "aquele é você".
Imaginário.
🚹Essa unidade aparentemente coesa, inteiriça, seu corpo, a forma, o jeito, o modo ganha signif**ados e signif**antes.
Mas o Real aparece.
🧩🧩🧩A paixão, o término de um relacionamento, a menopausa, um novo emprego, uma doença, um filho, a andropausa, uma mudança, uma perda...
O início ou o fim de um novo ciclo afirmam ou desmancham imaginários, algo descola, transforma a imagem.
Mais uma vez tentamos organizar tudo simbolicamente. Fala, fala, fala, conta, conta, reconta, chora, ri gargalha, chora.
🗣️Explicar nossa perspectiva não é fácil. De onde vemos? Com quem vemos? O que ele vê, sou eu?
Diante da experiência de estar vivo, elaborar novas narrativas para explicar o que se vê é a grande potência humana, capaz de mudar outras perspectivas, uma a tarefa complexa mas possível, assim como é possível você virar o celular e perceber a foto de cabeça para baixo, como a vida, uma pegadinha, perfeitamente equivocada, nem sempre fazendo todos rirem mas com chances de ser compartilhada.
Referência de leitura para interessados
👉🏽 O estádio do espelho como formador da função do eu. Jacques Lacan (1936).