Dr. Augusto Bergamin - Psiquiatria, Psicoterapia, Homeopatia

11/09/2019

Hoje em dia é muito comum haver uma certa confusão das pessoas quando o assunto é o Transtorno Afetivo Bipolar. Muitas vezes, o que é taxado como “bipolar”, é na verdade, o “humor instável”.

O humor instável é uma afecção causada por uma falta de condição de se resolver as coisas com equilíbrio. Na personalidade instável a imaturidade do ego faz com que a pessoa acabe optando por ações extremas como impulsividade, agressividade, o ato de quebrar coisas, agredir pessoas, xingar, brigar e gritar.

Para essas ações, muitas vezes extremas e impensadas, se tem uma explicação: a sensação inconsciente, por conta dessa imaturidade do ego, é que se a pessoa não fizer isso, ela não será ouvida, nem atendida, portanto não haverá a solução do seu problema e o compartilhamento do seu sofrimento. Felizmente esse é um problema solúvel com psicoterapia, com foco em tornar o ego mais forte e a pessoa mais adaptada à vida em sociedade, fazendo com que ela perceba que existem outros meios de conseguir atrair atenção e ajuda para seus problemas sem necessitarmos das ações extremas citadas acima.

Já no Transtorno Afetivo Bipolar o problema é de humor, no sentido de velocidade de funcionamento cerebral, na medida que o paciente está ou extremamente acelerado (em mania) ou numa depressão extrema, que chamamos de “atipica”. Na mania ele apresenta taquipsiquismo (pensamento acelerado), taquilalia (fala acelerada), elação (engrandecimento do eu) e euforia (uma alegria patológica, desproporcional às situações). Na depressão atípica o paciente está numa depressão tão extrema, tão severa, que pode chegar a um estado de lentif**ação, falando e se movendo de maneira lenta, a ponto de chegar mutismo, quando não consegue se comunicar verbalmente.

Esses 2 estados citados, relacionados ao Transtorno Bipolar, de mania, ou de depressão, duram semanas. Ao contrário do Humor instável, que é algo rápido, simplesmente uma explosão instantânea de humor e muito mais frequente.

23/08/2019

Sobre quais temas você gostaria que falássemos aqui nos próximos posts?

Deixe aqui nós comentários ;)

É certo que não existe mente sem cérebro, nem cérebro sem gente. Também é certo que em todo quadro psiquiátrico, desde o mais simples – como a ansiedade (que também pode ser muito grave) – até o mais complexo, como os quadros psicóticos, existe sempre a influência do meio sobre uma genética que é própria ao sujeito.

O que ocorre é que por vezes essa influência se torna persistente na medida em que os genes com os quais já nascemos podem ser modulados ao longo da vida, pelo que chamamos de epigenética. A influência do meio, que pode ser hostil e estressante, faz com que o sistema nervoso se organize de forma a estar sempre de prontidão, ansioso, apto a uma reação de luta ou fuga.
Em termos práticos, quando o sujeito amadurece, isso pode persistir ao longo de toda vida, motivo pelo qual muitas vezes o uso de medicamentos pode ser útil e necessário para modular a função do sistema nervoso para uma vida confortável, sem ansiedade, que corresponda a um meio ambiente mais tranquilo. Que corresponda ao meio ambiente atual.

Apenas para exemplif**ar: Por vezes na infância e adolescência o ambiente deste sujeito era estressante e hostil. Já adulto, maduro, e equilibrado, o sujeito citado, mesmo com a vida equilibrada, vive ansioso. Nesse caso o medicamento pode modular o funcionamento do sistema nervoso para uma vida mais confortável.

Portanto, em alguns casos, a terapia sozinha não resolve. É necessária uma “ajuda” medicamentosa extra para prover a este sujeito, a vida confortável que ele tanto merece.

13/08/2019

Popularmente conhecido como “dupla personalidade”, o Transtorno Dissociativo de Identidade é uma condição onde um indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades diferentes.

Muitas pessoas confundem este transtorno com a bipolaridade ou até mesmo esquizofrenia, mas ambos transtornos não têm relação entre si.

No ano de 2017 este assunto foi muito bem abordado no filme “Fragmentado”, em que o personagem principal é um indivíduo que possui nada mais nada menos do que 23 personalidades distintas, cada uma com um pensamento completamente diferente da outra, com as personalidades chegando até adquirir sotaques, doenças e idades diferentes, algo que também acontece na “vida real”, longe do glamour do cinema.

Algumas causas são apontadas como principais gatilhos para o surgimento do Transtorno Dissociativo de Identidade, o TDI. A principal causa disso, segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos, é o abuso durante a infância. Nessa pesquisa, foi relatado que entre 97% e 98% dos adultos com TDI, sofreram com abusos durante a infância.

Além do abuso, alguns grande traumas sofridos, como perdas de entes queridos, desastres e as consequências de uma guerra, podem causar o surgimento do TDI.

Mas e aí, achava que esse transtorno era apenas uma obra de ficção, ou já conhecia um pouquinho mais sobre ele? Conta pra gente nos comentários.

29/07/2019

Recentemente eu fiquei alguns meses sem voltar no meu analista. Ele falou uma coisa que não gostei muito de ouvir, mas que soou muito verdadeira. Pior que parecia um sonho, daqueles que você sonha, e depois acontece.

Aquilo que ele falou foi acontecendo na minha vida, na verdade eu fui identif**ando situações nas quais aquilo que ele tinha falado era verdade. Mesmo percebendo que aquilo que ele me falou era verdade, eu não consegui voltar pra minha análise e as semanas foram passando…

Uma sexta-feira não dava tempo, outra sexta não tinha dinheiro, em outra sexta-feira acontecia alguma outra coisa e nada de eu voltar… Até que fui para uma supervisão de um caso clínico com a minha ex-analista que é de uma outra vertente (a vertente Freudiana), diga-se de passagem, meu analista atual é Lacaniano.

Eis que comentei com ela que eu não estava conseguindo voltar para a minha análise, mas que o analista era muito bom, e que eu identif**ava que o que ele falava era verdade.

Ela me disse que o papel do Lacaniano é justamente esse, é te trazer pro incômodo, para assim desconstruir a zona de conforto que você construiu. De fato isso meu analista sabe fazer muito bem, já mudou muito a minha vida. Mas aquela fala me trouxe a coragem de volta pra enfrentar a análise e voltar pro divã. E aqui estou. Voltei para as minhas sessões.

Me dei conta que não voltava porque minhas emoções não permitiam, afinal de contas, é dolorido olhar pros nossos “podres”.

Na análise – pela fala do meu analista – conclui o seguinte: Fazer análise às vezes é dolorido. Mas depois pensei comigo e revi minha vida, e muitas cenas e situações por mim vividas, e conclui que muito mais dolorido é viver sem análise. Quando na verdade há muita coisa pra ser descoberta, resolvida e melhorada na nossa vida.

Foi aí que conclui que Freud regrediu nossa espécie ao “Homo cogitans sapiens” - o homem que “pensa que sabe”. Ao menos sobre si mesmo.

E por que muitas pessoas não fazem uma análise?
A resposta é simples: é dolorido olhar para o nosso sofrimento, para as construções que a gente faz pra escapar da dor e das dificuldades.

F**a aí a dica, duvide de si mesmo e dê crédito ao seu emocional. Ele precisa ser ouvido.

18/07/2019

Os nomes são bem parecidos, mas na prática, a psiquiatria e a psicoterapia trabalham de maneiras diferentes.
O objetivo de ambas? Esse é o mesmo!
Melhorar a qualidade de vida do paciente.

Abaixo vamos explicar resumidamente a diferença entre psiquiatria e psicoterapia.

A psiquiatria, por exemplo, enumera os sintomas relatados pelo paciente e tenta agrupá-los na Classif**ação Internacional de Doenças, a CID10, para assim, dar um diagnóstico e um medicamento que combata tais sintomas.

Já a psicoterapia não, ela trabalha com a dinâmica psíquica do indivíduo sem mexer com remédios. Ela trabalha apenas os conteúdos mentais, incluindo as defesas do ego, com técnicas específ**as pra isso.
Em resumo, a psicoterapia aborda os conteúdos do emocional que tendem a aprisionar o paciente no sofrimento.

Ainda tem alguma dúvida?
Entre em contato conosco pelo Facebook, ou marque sua consulta através do telefone: (16) 3021-1208

11/07/2019

Atualmente há uma discussão a respeito da internação involuntária: ela é violenta e desnecessária ou, por outro lado, útil para o dependente químico?

O próprio usuário não sabe que a dependência química é algo cerebral, mais do que algo voluntário. Muitas vezes quando recai, f**a arrasado por esse motivo. Ele acredita que fracassou, não foi forte o suficiente e veste a carapuça do “sem vergonha”, “fraco”, “libertino”, etc…

Na verdade, o que ocorre é que seu cérebro não sabe que o seu “Eu” não quer mais usar dr**as. Infelizmente, na atualidade, a maioria das pessoas não sabe que a instância psíquica responsável pela noção de identidade – o tão famoso ego descrito por Freud – é apenas uma parte do cérebro. Está nele como instância psíquica, assim como o Superego, que é a instância da censura, e o Id, a instância que diz respeito ao desejo e ao impulso, mas não corresponde à totalidade da mente, e muito menos do cérebro.

O cérebro também é um órgão de controle dos órgãos internos de relação com o meio externo, e na vigência de um estímulo externo que sinalize para o cérebro uma situação na qual a droga era inserida no corpo, pode haver uma descarga neuroquímica tão grande que o sujeito entrar em uma fissura (desejo físico de usar) que faz com que a área do prazer tome conta do funcionamento cerebral e ele seja simplesmente incapaz de raciocinar e negar o uso da droga.

F**a aí portanto o alerta pra todos que veem o usuário como alguém capaz de “parar quando quer”, ou que julgam o usuário como alguém “libertino”, “fraco” ou “mal intencionado”, para que vejam o usuário como alguém que modificou seu Sistema Nervoso Central. A questão é tão séria que, na vigência de estímulos ambientais, sejam eles odores, uma cena, uma música, ou até mesmo uma determinada situação que remeta ao cérebro o uso da droga, mesmo sem a percepção consciente do indivíduo ele pode perder o controle total do seu juízo crítico, fazendo com que acabe usando a droga mesmo contra a sua vontade.

Infelizmente a dependência é algo neurológico e cerebral, mais do que simplesmente comportamental e emocional. Também o é… Mas no momento da compulsão pelo uso, é necessário o recolhimento e internação involuntária, pois frequentemente as recaídas são desencadeadas por estímulos que dominam o cérebro enquanto órgão neuroquímico, e não simplesmente como órgão de desejo e vontades conscientes.

Eis o que resta: muita culpa e sentimento de fracasso pela recaída. Nesse estágio, o prazer de ser usuário de dr**as já se transformou em dor.
Se o usuário iniciante não desistir do uso, é só uma questão de tempo para a dependência...

04/07/2019

A síndrome do pânico é uma espécie de transtorno de ansiedade, no qual, ocorrem crises de desespero, e medo intenso nos pacientes, de maneira totalmente inesperada, sem que haja nenhum sinal de perigo, ou motivo para isso.

Alguns dos sintomas mais comuns num ataque de pânico, são: Hiperventilação, taquicardia, dificuldade para engolir, dores no peito, tontura, desmaio, dentre vários outros.

O pânico ocorre por uma invasão de conteúdos do inconsciente relacionados a questões ligadas a uma sensação de abandono e desamparo. Por isso, medicamentos tradicionais, como os ansiolíticos, são fundamentais para controlar e evitar novas crises, mas a homeopatia e a psicanálise propiciam a mudança necessária para uma cura, ou seja, são essenciais para no futuro, não ser mais necessário o uso de medicamentos para o tratamento de tal síndrome.

24/06/2019

Importante conhecer mais sobre esse transtorno presente na atualidade.

Pois muitos ouvem falar e poucos sabem realmente do que se trata.

O Transtorno de Personalidade Borderline, também chamado de Transtorno de Personalidade Limítrofe, é um transtorno mental grave caracterizado por uma instabilidade contínua no humor, funcionamento, auto-imagem e no comportamento do indivíduo.

Alguns dos indivíduos diagnosticados com este grave transtorno, apresentam altas taxas de ocorrência em situações como: automutilação e comportamentos suicidas.

Muitas vezes, eventos aparentemente normais como, pequenas separações ou uma mudança brusca de planos, desencadeiam os sintomas, que vão desde esforços descomunais para evitar o abandono, até pensamentos paranoicos e episódios psicóticos.

O Transtorno de Personalidade Borderline é muitas vezes mal diagnosticado. Portanto, em caso de dúvidas, procure um médico psiquiatra para que através de uma entrevista completa e um exame médico, ele possa diagnosticá-lo ou descartá-lo.

28/05/2019

Muito se fala sobre a Homeopatia nos dias atuais. Existem até expressões como “tomar doses homeopáticas” que se popularizaram no decorrer dos anos. Mas você conhece mesmo a Homeopatia, ou nunca viu, nem tomou – doses homeopáticas – e só ouve falar?

Neste texto vamos aproveitar para contar um pouquinho da história desta riquíssima vertente da medicina alternativa. Boa leitura!

A Homeopatia nasceu no ano 1796 através do médico alemão Samuel Hahnemann, quando ele publicou a sua primeira dissertação acerca do assunto. Ela se baseia no princípio que o “semelhante pelo semelhante se cura” e isso é demonstrado na própria Etimologia da palavra Homeopatia, onde ela é composta da junção de duas outras palavras gregas: Homoios, que signif**a “semelhante” e Pathos, que signif**a “doença”.

Hahnemann abandonou a prática médica por volta do ano de 1782, por conta do seu descontentamento com estado da medicina daquela época, a qual incluía doses excessivas de mercúrio, sangrias, etc… A partir daí, ele começou a traduzir textos sobre medicina e química, que o fizeram questionar os mecanismos de ação dos medicamentos propostos naquele período.

Mas afinal, o que é a Homeopatia?
A Homeopatia reconhece os sintomas como se fossem a reação contra uma doença. A doença em si seria uma perturbação da energia vital, já a homeopatia provocaria o restabelecimento deste equilíbrio.

O processo consiste em fornecer a um paciente, doses extremamente diluídas de compostos que são tidos como causas dos sintomas que pretendem combater, potencializados através de técnicas de diluição, entre outras. Com isso, o sistema de cura natural seria estimulado a reagir, realizando a restauração da saúde através de suas próprias forças, de dentro pra fora.

20/05/2019

Eu fiquei perplexo recentemente quando chamei um profissional para prestar um serviço na minha casa. Ele veio muito bem aparelhado, tinha um carro bom, foi rápido no trabalho. Em resumo: Um profissional bom.

Mas ao término do serviço me mostrando o carro, comentou que sua arma f**ava ali no banco do motorista, entre suas pernas, caso fosse abordado por qualquer assaltante. Disse ele que caso fossem dar “coronhada no vidro” para tentar quebrar o vidro, que ele “rasgaria o sujeito de baixo pra cima” com a sua pi***la automática.

Essa história não teria me surpreendido tanto, se não fosse o sujeito alguém que se diz um cristão. Tenho visto não só ele, como outras pessoas que não se dizem cristãos, e outros que não acreditam em nada, se armando, e principalmente, se orgulhando de ter essa arma ou aquela, como se fosse um troféu. Como se isso fosse grande trunfo. Falam em “legítima defesa”. Isso, pra mim, é legítimo ataque, isso sim! Defesa é outra coisa!

Me estarrece perceber a época na qual vivemos, que mescla o narcisismo, a falta de conhecimento da palavra, o hedonismo e um profundo desconhecimento dos movimentos da humanidade até aqui. Me impacta saber que alguém pode pensar com orgulho ou com gosto, no fato de tirar a vida de outra pessoa, mesmo que seja um bandido. Isso me soa no mínimo falta de experiência de vida e ignorância a respeito dos motivos pelos quais as pessoas podem seguir esses caminhos.

Pessoas como essas, que andam armadas, seriam muito mais inteligentes, no meu entender, se em vez de gastar seu dinheiro com armas, blindassem seus carros. Pois uma pessoa armada até os dentes dentro do carro, por exemplo, não impediria que uma simples pedrada matasse um familiar seu. Uma pedrada numa estrada, como eu mesmo já recebi, mas que graças a Deus não houve maiores consequências, pois não havia mais ninguém em meu carro.

Acho muito mais inteligente se proteger, do que se armar pra atacar.
Infelizmente essa postura me parece um misto de cegueira com ignorância na palavra de Deus, que diz inclusive que “Em vão vigiam os sentinelas se Deus não proteger.”, “Em vão trabalha o construtor se Deus não edif**ar a casa”.

Portanto, fico perplexo e sem palavras para descrever o que acho do comportamento dessas pessoas, que infelizmente, me lembram os primatas antigos, que matavam os outros na pedrada, com tronco de árvores, ossos de animais, e qualquer coisa do tipo.
Selvageria. Isso não combina com o ser humano evoluído. Ou pelo menos, não deveria...

10/05/2019

Para os usuários de antipsicóticos ou mediadores de Dopamina, para os mais diversos fins, como transtorno de controle de impulsos, esquizofrenia, depressão bipolar e compulsões em geral, finalmente surgiu uma novidade: Um antipsicótico que não engorda.

Os antipsicóticos mais recentes, os chamados de 2ª geração ou atípicos, sempre tiveram esse efeito colateral em maior ou menor grau: todos causavam ganho de peso, aumento da resistência à insulina e aumento da tendência ao desenvolvimento da diabetes.

Finalmente, com a Lurasidona, surge uma droga com muito menor risco para hipotensão, efeitos sedativos, ganho de peso e prejuízos neurocognitivos. A Lurasidona realmente representa uma novidade signif**ativa tratando com a mesma eficácia que os antipsicóticos atípicos antigos, que causavam ganho de peso, os transtornos que precisam de um antipsicótico ou de um mediador de Dopamina.

Ela substitui com vantagens a Olanzapina, a Risperidona, o Haloperidol e a Clorpromazina. Pra se ter ideia, 40 mg da Lurasidona equivalem a 7,5 mg de Olanzapina, 2 mg de Risperidona, 2 mg de Haloperidol ou 300 mg de Clorpromazina.

Pode valer a pena fazer a mudança, embora não seja barato. O máximo que os pacientes apresentaram ao final de estudos, alguns com mais de 200 indivíduos, foi um aumento mínimo de peso, uma redução de colesterol, uma redução de triglicérides e um aumento na 0,1% hemoglobina glicada.

Do ponto de vista prático, trocando em miúdos, a Lurasidona não traz os malefícios que os antipsicóticos atípicos trazem. Se os cálculos incluírem o valor da sua saúde, ela se torna, seguramente, muito mais vantajosa a médio e longo prazo. Portanto, para os pacientes com excesso de peso desencadeado pelos antipsicóticos citados acima vale a pena mudar.

07/03/2019

Essa é uma história real que termina com um começo...

Ele se sentia preso nessa vida. As paredes que o limitavam pareciam enormes guarda roupas em volta dele, de costas pra ele, formando uma parede. Intransponível. Sua mãe não o compreendia, ele dizia. Bateu nele com um cabo de vassoura, por supostos maus tratos aos animais, acusou ela. Foi um mal entendido. Na verdade, ele é quem mais gostava de animais. Tinha coleção. O mundo era mau pra ele. O patrão pagava pouco. Afinal era dono da maior loja do ramo na cidade. A polícia bateu nele. Não aceitou que ele traf**asse dr**as. Porque ele era um menino de classe média..."-Sem vergonhice!"diziam. Juíza o puniu. Foi preso. 4 meses depois, saiu. Insistiu no tráfico. Levou tiros. Nenhum acertou.
Prisão domiciliar.

A mãe pira. O padrasto lamenta. A vida se fecha.
Deprimido, o moço não vê outro caminho, senão a morte. Fala em suicídio.
Antidepressivos, melhora. Depois de alguns meses, já não fala mais em se matar. A vida, porém, continua dura com ele. Não lhe dá oportunidades.

Terapia vai. Remédio vem. Terapia vai. Remédio vem. Antidepressivo dos bons. E pouca coisa acontece. A hesitação é contínua... Ele parece afundado dentro de seu quarto. Da sua casa. Prisão domiciliar. E dentro de si mesmo.

Um dia ele disse que tinha medo de sangue. Se via alguém sangrando, desmaiava.
Me lembrei naquele momento que ele também tinha impulso de matar com facas. Carregava consigo sempre um canivete para furar quem viesse interna-lo.

Um pessimismo marcado por um extremo desanimo era outra marca registrada do indivíduo. Juntando esses sintomas: medo de sangue, desânimo, pessimismo, impulso de matar com facas, entre outros; prescrevi um medicamento homeopático que cobria estes e outros sintomas. Para minha surpresa – embora já esperasse uma mudança de postura – ele começou a doar as galinhas, desmanchou o galinheiro que havia em sua casa e doou quase todos os seus cães. Matriculou-se no curso de Agrimensura e estava pela primeira vez pensando em assumir o lado empresário da Pet Shop em vez de identif**ar-se com o crime e com o tráfico.

Doar os cães significou um movimento inédito, livrando-o assim de grandes gastos com ração, veterinários, etc. Assim, ele economizou dinheiro para poder finalmente montar seu pet shop. Esse foi um movimento de cura causado pela Homeopatia levando o paciente ao que chamamos de “Movimento”, uma transformação na sua postura rumo a um futuro mais feliz.