04/11/2025
Há feridas que não sangram,
mas corroem devagar,
como a de quem passa a medir o próprio valor
pelo retorno que recebe.
É sutil.
O elogio que ontem trouxe alívio
hoje já parece insuficiente.
E assim, sem perceber,
a vida vira uma busca constante
por sinais de aprovação.
Mas o que falta, na maioria das vezes,
não é reconhecimento,
é reencontro.
Reencontro com o que é genuíno,
com o que permanece
mesmo quando o aplauso silencia.
A verdadeira cura começa
quando o olhar do outro
deixa de determinar
o que enxergamos em nós.
Porque há um ponto
em que o barulho das opiniões
precisa ceder espaço
a um silêncio que acolhe.
E é nesse silêncio
que a gente finalmente entende:
o valor não está em ser visto,
mas em conseguir se sustentar
mesmo quando ninguém veja.