22/06/2016
Quando devo procurar psicoterapia para uma criança?
Por se tratar de alguém que encontra-se em pleno desenvolvimento e que ainda não atingiu todas suas potencialidades, a criança apresenta uma série de particularidades diferentes de uma pessoas adulta que consegue colocar seus sentimentos e angústias em palavras, a criança ainda não apresenta essa habilidade.
As alterações de comportamento surgem então como uma forma da criança expressar aquilo que ainda não consegue colocar em palavras, seu corpo se torna seu porta-voz. Essas alterações comumente surgem devido a uma mudança significativa na vida da criança.
Por exemplo, a criança que descobre que irá ganhar um(a) irmãozinho(a), por medo de ser rejeitada pelos pais ou de perder seu espaço na família, pode começar a apresentar comportamentos regressivos, como, voltar a fazer xixi na cama. Dessa forma terá a atenção continua dos pais e voltará a ser o “bebezinho” da casa.
Outro exemplo, a criança que está vivenciando o período de luto pela perda de uma pessoa importante, pode manifestar sua dificuldade em lidar com a situação, tornando-se uma criança pouco comunicativa, chegando inclusive a isolar-se.
Não existe uma regra para cada tipo de comportamento que a criança apresenta, cada ser humano é único e devemos respeitar suas singularidades. Um mesmo sintoma apresentado por diferentes crianças pode querer nos comunicar coisas distintas. Por isso, se torna importante conhecer a história de vida de criança, bem como seu momento atual, afim de auxiliar em uma melhor compreensão da situação.
Abaixo irei listar alguns (dos vários) comportamentos que podem dar indícios que a criança está precisando de acompanhamento psicológico, entre eles estão:
1) Agressividade: Pode ser direcionada aos colegas/professores e até mesmo aos pais.Normalmente se manifesta em vários ambientes que a criança frequenta.
2) Dificuldade de concentração e/ou agitação: Não consegue desempenhar suas atividade diárias com eficiência.
3) Baixo rendimento escolar: A criança que antes possuía notas boas, passa então a apresentar abruptamente baixo rendimento escolar.
4) Dificuldade de interação com outras crianças: A criança pode passar a se isolar, preferindo ficar sozinha na escola e em outros ambientes de recreação.
5) Dificuldade em ficar longe dos pais: Refere-se aquela criança que sofre muito quando precisa passar um tempo longe dos pais, normalmente as separações são seguidas por muitas crises de choro.
6) Negação repentina em ir para escola: A criança que antes ia com grande satisfação para escola passa então a não querer ir, em alguns casos a criança inclusive passa a desenvolver dores de cabeça, dores de barriga entre outros, quando se aproxima a hora de ir para escola.
7) Comportamentos regressivos: Ou seja, comportamentos que não correspondem mais a sua faixa etária, por exemplo, uma criança de seis anos volta a fazer xixi na cama (enurese).
8) Problemas com o sono: A criança que antes apresentava um sono de boa qualidade, passa a apresentar dificuldade para dormir, acorda-se no meio da noite ou então passa a ter pesadelos constantes.
9) Problemas com a alimentação: Pode referir-se a criança que acaba comendo muito e um espaço curto de tempo ou a aquela que passa a rejeitar os alimentos.
10) Somatização: Normalmente a criança reclama de vários tipos de enfermidades, como dores fortes de cabeça, dores de estômago, entre outros. Quando a criança é levada ao médico os pais descobrem que fisicamente falando, não há nada de errado com o filho.
Pais/cuidadores , fiquem atentos a presença de quaisquer alterações comportamentais podem indiciar que algo não está indo bem na vida dos pequenos. Se o comportamento/ sintoma não desaparecer sozinho, talvez seja a hora de procurar pela ajuda de um profissional especializado. Em casos de dúvida, entre em contato com um psicólogo de sua confiança e agende uma avaliação.
Texto escrito pela Psicóloga Viviane Crisel/CRP 07/24028