07/09/2017
“Você já deixou de fazer alguma coisa por medo de fracassar?”
Você acorda, toma uma ducha, um café da manhã mais ou menos reforçado e pronto. Está preparado para mais um dia de trabalho. Ou ao menos deveria estar. De repente a ideia de enfrentar todas as situações que precisam de uma solução já não parece tão amigável como parecia ontem.
“Já teve certeza de que todos os outros eram melhores que você?”
Mas você vai ao trabalho mesmo assim. Os seus colegas falam com uma firmeza que faz parecer que eles nunca tiveram qualquer insegurança na vida. Você se pergunta se algum dia será capaz de ter metade da competência de algum deles.
“Já sentiu como se você fosse uma farsa?”
Você começa as atividades do dia cometendo vários erros bobos. Uma ideia começa inocente e vai tomando conta de sua cabeça ao longo do dia: a de que a qualquer momento alguém vai se levantar e perguntar como foi que alguém como você chegou até ali.
Parece familiar?
Talvez não. Mas todos os dias milhões de pessoas sofrem as consequências de uma autoconfiança fragilizada. O grau em que isso acontece varia individualmente, mas a dúvida sobre a própria capacidade costuma aparecer com frequência quando a situação exige que elas provem do que são capazes.
Por que isso acontece?
Para explicar a situação precisaremos conversar um pouco sobre a psicologia cognitiva. Não se preocupe, será bem rapidinho.
Todos têm convicções sobre a vida, algumas mais conscientes e outras mais inconscientes. Na psicologia cognitiva chamamos essas convicções de crenças, atribuindo a elas a personalidade e os comportamentos das pessoas.
Isso não é muito difícil de entender, não é mesmo? Quando alguém crê que as pessoas são más, a probabilidade de esse indivíduo adotar uma visão pessimista da vida é enorme. O contrário se daria caso a crença fosse de que as pessoas são boas.
Acontece que as crenças podem ser muito profundas.
Vejamos o caso do início do texto, por exemplo. Qual seria a crença da pessoa com relação à ela mesma? “Eu não sou bom o suficiente” seria uma aproximação adequada. Acontece que essa é uma crença tão forte, tão arraigada no íntimo da consciência, que ela afeta todos as atitudes que a pessoa irá tomar na vida.
A pergunta que f**a é: toda crença é verdadeira? Como você já deve ter percebido, a resposta é não. Para esses casos as chamamos de crenças disfuncionais, por não funcionarem quando confrontadas com a realidade.
Esse costuma ser o caso quando o assunto é a baixa autoconfiança, pois a pessoa não enxerga a sua situação como um todo. Ela apenas crê que não é capaz, sem perceber o seu próprio potencial.
Mudar uma crença tão fundamental é, para todos os efeitos, mudar a própria personalidade. E isso nunca é algo fácil.
Então o que você pode fazer nessa situação?
Em primeiro lugar, não posso deixar de recomendar que você procure um psicólogo. Readaptar aspectos tão importantes da personalidade demanda tempo e conhecimento, e um psicólogo está pronto para ajudar em todos os passos necessários.
Em segundo lugar, é necessário usar o conhecimento de que essa é uma crença disfuncional a seu favor. Sempre que detectar esses pensamentos, confronte-os com a realidade:
“Que provas eu tenho de que isso que estou pensando é real?”
Mudar pode signif**ar mudar a construção de toda uma vida, e isso costuma ser doloroso. Entretanto, o resultado costuma valer à pena.
E você, que atitude irá tomar?