17/10/2025
Eu conheci a Miriam há mais de cinco anos, na gestação da Maria.
Ela tinha uma história obstétrica forte, que me comoveu profundamente.
Mesmo com poucos encontros, senti nela uma força que também vivia em mim.
Tínhamos a mesma fé em Maria — na Virgem Maria —
e a bebê também se chamava Maria.
Era um casamento perfeito entre fé, história e destino.
A Miriam foi uma das primeiras mulheres que me fez romantizar o parto.
Eu sonhava com aquele nascimento.
Com o tempo, aprendi que o parto é um mistério, não uma surpresa —
porque sabemos todos os caminhos,
só não sabemos qual Deus escolhe.
Foi um parto longo, cansativo, em plena pandemia.
Naquele tempo, nós, enfermeiras obstétricas,
nem sempre éramos bem recebidas no hospital.
Mas a Miriam foi, com coragem,
e Deus abriu o caminho.
Teve analgesia, viveu o parto normal,
e eu fiquei feliz — mesmo sem ver a Maria nascer.
Porque estive com a Miriam até o fim do processo,
até o momento de entregar nas mãos de Deus.
E isso, pra mim, já era o nascimento acontecendo.
O parto é fé, é entrega, é mistério.
E Maria, a Virgem Maria,
sempre guia o nosso caminho.