14/02/2022
O ronco noturno é uma queixa muito comum no consultório. Ao contrário do que pensávamos há algumas décadas, hoje sabemos que o ronco não é inocente e que ele precisa de atenção, principalmente em crianças!
Na maioria das vezes ele é o sintoma inicial da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, distúrbio associado a redução da oxigenação do sangue durante o sono, que aumenta a formação de radicais livres e o estresse oxidativo. Pode causar ou agravar outras doenças como hipertensão arterial, infartos, arritmias, cor pulmonale, refluxo gastroesofágico, etc.
A combinação do histórico do paciente, alterações anatômicas (desvio septal, hipertrofia adenoamigdaliana, IMC) e das alterações na polissonografia permitem uma estratégia de tratamento que deve ser sempre individualizada (tratamento clinico, CPAP, cirurgia).
Em crianças, pela dificuldade de conseguir a polissonografia, costumo pedir um vídeo do sono noturno com o tórax exposto, para avaliar o grau de esforço. Imagina a minha surpresa quando recebi esse vídeo 😱
Quando a cirurgia está indicada podemos combinar mais de um procedimento como: cirurgia do septo e dos cornetos + adenoamigdalectomia, uvulopalatofaringoplastia ou faringoplastia expansora, por exemplo.
O objetivo é reduzir a resistência das vias aéreas superiores, impedindo o colabamento e redução da oxigenação durante o sono.
A cirurgia é feita sob anestesia geral e o paciente f**a internado por 24h.
O que esperar do pós-operatório? Cerca de 7-10 dias de dor controlada com analgésicos regulares, além de dieta mais restrita (líquidos e pastosos) e repouso nas primeiras 2 semanas.
Me manda sua dúvida!