18/10/2025
Garça resgatada com copo plástico preso ao pescoço recupera voo em bairro carioca
Após cirurgia bem-sucedida, a garça-cocoi estica as asas e deixa o cativeiro rumo à liberdade
Um drama lento e silencioso
No bairro do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, uma garça-cocoi foi encontrada com um copo plástico preso ao pescoço, impedindo-a de se alimentar e de voar normalmente. O objeto bloqueava parcialmente a traqueia da ave e já havia causado ferimentos na pele.
Veterinários da ONG RioResgate Animal relataram que o animal estava exausto, com sinais de desnutrição e desidratação. O caso mobilizou uma equipe de biólogos e voluntários que conseguiram capturá-la com uma rede especial antes que sofresse um colapso.
Cirurgia delicada
O procedimento de remoção foi conduzido pelo veterinário Jeferson Pires, especialista em fauna silvestre. O copo, de plástico rígido e colorido, estava firmemente encaixado ao redor do pescoço da ave, exigindo instrumentos cirúrgicos para ser cortado com segurança.
Após a retirada, a garça recebeu medicação antibiótica e ficou em observação por alguns dias até se recuperar totalmente. “Ela teve sorte. Poucos animais sobrevivem a esse tipo de situação”, afirmou Pires.
Um voo que simboliza esperança
Dias depois, a garça foi levada até uma área verde próxima à Lagoa da Tijuca, onde foi solta. Em vídeo, o momento mostra o animal abrindo as asas e alçando voo — uma imagem que emocionou a equipe envolvida no resgate.
O caso ganhou repercussão nacional e reacendeu o debate sobre o impacto do lixo plástico na fauna brasileira. Especialistas reforçam que copos, tampas e embalagens descartáveis são armadilhas letais para aves e animais aquáticos.
Um lembrete sobre responsabilidade
Segundo dados do Instituto Oceanográfico, mais de 80 espécies de aves marinhas no Brasil já foram registradas com ingestão ou aprisionamento por resíduos plásticos. Casos como o da garça-cocoi mostram que pequenos gestos de cuidado com o descarte podem salvar vidas inteiras.