03/03/2025
O transplante renal representa, muitas vezes, a esperança de uma vida com mais liberdade, além do mais, é considerado a melhor modalidade de tratamento da doença renal crônica, quando comparado à diálise.
Todavia, algumas pessoas esquecem que continuam sendo portadora de uma doença crônica, cujo o transplante é uma das modalidades terapêuticas e, portanto, exige cuidado. Neste caso, poderá negligenciar cuidados essenciais para os bons resultados do transplante.
Para isso, além do acompanhamento com o nefrologista, é importante fazer o acompanhamento com um nutricionista pelo menos 2 vezes ao ano.
Entre as complicações mais recorrentes, estão:
🚥Hiperglicemia e Diabetes no Transplante Renal em Adulto:
Após um transplante de rim, as dr**as são prescritas para impedir que o corpo rejeite o novo rim. Os corticosteróides, como os inibidores da prednisona e da calcineurina, como a ciclosporina A e o tacrolimus, são dois dos medicamentos comumente usados para suprimir o sistema imunológico. Embora isso ajude a impedir que o corpo rejeite o novo rim, existem possíveis efeitos colaterais. A hiperglicemia, também chamada de alto nível de açúcar no sangue, é um efeito colateral desses medicamentos. É uma ocorrência comum em muitos pacientes transplantados.
Por que isso acontece?
Em primeiro lugar, a prednisona causa resistência à insulina, uma condição na qual o corpo não usa a insulina adequadamente. Em segundo lugar, os inibidores da calcineurina comprometem a secreção de insulina. Ambas as condições podem resultar em grandes quantidades de açúcar sendo deixadas no sangue. Além disso, a história pessoal ou familiar de diabetes, idade, peso, entre outras pode agravar o quadro. A hiperglicemia pode diminuir as chances de sobrevivência após o transplante.
🚥Transplante renal e Ganho de Peso:
Ganho de peso de 9 a 18 kg é comum após a cirurgia de transplante. Após o transplante renal, várias restrições alimentares, como o potássio e fósforo do período de diálise, deixam de ser necessárias, pelo menos para a maioria das pessoas. No entanto, verifica-se um aumento de apetite por parte das pessoas transplantadas. Isso ocorre não só devido aos efeitos de alguma medicação imunossupressora, como devido a uma nova sensação de liberdade e bem estar proporcionado pela redução da uréia e creatinina. É, deste modo, indispensável controlar esse apetite desde o princípio, uma vez que os excessos alimentares após o transplante renal contribuem para o aumento de peso e hiperglicemia.
🚥Transplante renal e Dislipidemia;
Uma complicação comum após o transplante é colesterol alto e triglicerídeos no sangue, também chamada dislipidemia. É relatado que afeta até 60% a 79% dos pacientes transplantados. Muitos dos medicamentos comumente usados para suprimir o sistema imunológico e evitar que o corpo rejeite o novo rim podem aumentar o colesterol e os triglicérides. A dislipidemia, por sua vez, pode levar à doença cardiovascular (DCV). A DCV está relacionada a problemas de saúde como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Obesidade, ganho de peso, idade, s**o masculino, história de diabetes, estilo de vida sedentário e certos diuréticos e medicamentos para pressão arterial também podem contribuir para a dislipidemia.
Devido ao aumento do risco cardiovascular em pacientes transplantados, a dislipidemia deve ser levada muito a sério. Isso é importante porque eventos cardiovasculares, como derrame e ataque cardíaco, são a principal causa de morte em pacientes transplantados renais.