01/12/2025
Para Freud, a vida psíquica seria movida por duas forças: Eros e a pulsão de morte.
Reich não aceitava essa ideia.
Reich via o corpo humano como uma expressão contínua de busca por vida.
Para ele, a ideia de uma força interna que empurra o organismo para a morte contraria a natureza biológica e emocional do ser humano.
O corpo não deseja morrer.
O corpo deseja completar ciclos, resolver tensões, expressar afetos e recuperar a capacidade natural de pulsação.
Sofrimento, retração e agressividade não seriam prova de uma pulsão destrutiva interna.
São sinais de bloqueio, de interrupção do fluxo vital, de couraças formadas ao longo de vivências que ferem a capacidade de sentir.
A vida sempre tenta continuar.
Mesmo quando o organismo está exausto, ele tenta se reorganizar.
Mesmo quando há dor, há também o impulso de cura.
Reich defendeu que, no fundo, o que chamamos de “impulso destrutivo” é a vida pedindo espaço para voltar a circular.
Onde há rigidez, há tentativa de proteção.
Onde há retração, há medo.
Onde há agressividade, há energia acumulada que não encontrou expressão.
Não existe pulsão de morte.
Existe vida impedida.
Reich devolve ao corpo sua dignidade primordial: ele não quer se aniquilar, ele quer existir.
Referência:
Shimabukuro, Felipe. A crítica de Wilhelm Reich à pulsão de morte freudiana. https://periodicos.ufsm.br/voluntas/article/view/47055/html