20/10/2025
UM POUQUINHO DOS BASTIDORES 🎬
Na manhã de hoje, Antônio Augusto (41 anos) apresentou recusa em deslocar-se até a Clínica, manifestando resistência ao convite para sair de casa. Diante do perfil do paciente, adulto com TEA, surdez e deficiência intelectual (DI), é imprescindível que o manejo seja conduzido com respeito e coerência ética, considerando sua condição comunicativa, cognitiva e emocional.
Um dos princípios fundamentais no trabalho com adultos neurodivergentes é o de nunca forçar ou coagir o indivíduo a realizar algo contra a sua vontade. Forçar deslocamentos e/ou demandas pode gerar desorganização emocional, ansiedade, agressividade e ruptura de vínculo, tornando as futuras abordagens ainda mais difíceis.
Da mesma forma, não se deve recorrer ao engano, como afirmar que o destino será um local e, posteriormente, levá-lo a outro. Tal conduta pode comprometer a confiança construída entre paciente e profissional, dificultando o desenvolvimento de qualquer vínculo terapêutico.
O manejo adequado requer clareza, previsibilidade e confiança. É essencial utilizar recursos comunicativos acessíveis, como Libras, gestos, expressões faciais ou imagens, conforme o nível de compreensão do paciente.
Em situações de recusa, orienta-se:
• Respeitar o tempo e o limite do paciente, sem insistência excessiva;
• Validar o sentimento (“Está tudo bem, eu entendo que você não quer ir agora”);
• Oferecer previsibilidade, explicando de forma objetiva e acessível o que acontecerá;
• Manter o vínculo e a presença calma e segura, evitando tons autoritários ou pressa.
A construção de confiança deve ser o eixo central da abordagem. Antônio Augusto precisa reconhecer o profissional como uma figura de segurança, o que só ocorrerá mediante constância, coerência e respeito ao seu ritmo. A adesão espontânea, nesses casos, é resultado de um processo, previsibilidade e acolhimento, jamais de imposição.
⚠️ Salve essa dica.
“A Consiga caminha junto com você!” 🧡💙👣