22/02/2022
A endometriose é uma doença ginecológica definida pela presença de tecido endometrial fora do útero, associada a diversos sintomas como dismenorreia, dor pélvica crônica, dispareunia, infertilidade e queixas intestinais e urinárias cíclicas.
A prevalência da doença não está claramente estabelecida; no entanto, estima-se que afete aproximadamente 10% das mulheres na pré-menopausa e 3550% das mulheres inférteis.
A endometriose é uma doença que representa um impacto negativo na qualidade de vida das mulheres e para o sistema de saúde, principalmente devido aos sintomas de dor incapacitante, a presença de infertilidade, o atraso e o alto custo do diagnóstico e tratamento.Além disso, todos os custos de saúde envolvidos com a endometriose têm sido comparáveis aos de outras condições crônicas.
A etiologia da endometriose permanece desconhecida, apesar de que a teoria mais aceita é a da menstruação retrógrada, descrita por Sampson, em 1927. No entanto, muitos fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento e na manutenção dos implantes ectópicos,tais como os hormonais, inflamatórios, genéticos e ambientais. Estudos mostram que o índice de massa corporal (IMC), o tabagismo e a atividade física apresentam uma associação inversa com a endometriose, embora os mecanismos dessas associações permaneçam incertos. Outros fatores também têm sido associados com a endometriose, como a idade precoce da menarca e a infertilidade, todos conferindo um risco aumentado, enquanto que a paridade e o uso de anticoncepcionais orais foram associados a um menor risco de desenvolvimento da doença. Entretanto, não se sabe se essas associações são causas ou consequências da endometriose e, portanto, devem ser interpretadas com cautela, principalmente pela impossibilidade de diagnosticá-la antes do início dos sintomas.
Apesar de alguns estudos abordarem a associação entre endometriose e fatores demográficos, hábitos pessoais, fatores menstruais e reprodutivos, a fisiopatologia da doença permanece um enigma e o aconselhamento adequado das pacientes quanto ao prognóstico ainda é um desafio.
Procure seu médico quando houver diagnóstico familiar ou suspeita.
Dr.Ricardo Arenella