15/10/2025
Celebrado nesta quarta-feira, 15 de outubro, o Dia dos Professores é uma data dedicada a homenagear quem faz da sala de aula um espaço de transformação. Mas, em meio às celebrações, o dia também acende um alerta: quem está cuidando de quem ensina?
Por trás de cada lição em sala, há histórias de sobrecarga, insegurança e adoecimento emocional. De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), com base em dados do INSS, mais de 150 mil professores da rede pública brasileira foram afastados de suas funções em 2023 por motivos relacionados à saúde mental. O principal diagnóstico é o esgotamento emocional, frequentemente associado à depressão e à síndrome de burnout — condições que têm se tornado cada vez mais comuns entre educadores.
Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, em conjunto com o Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem), constatou que mais de 60% dos professores municipais da cidade de São Paulo se afastaram por problemas de saúde no último ano, e que mais de 80% tiveram algum transtorno mental.
As doenças mentais também aparecem em níveis muito altos: mais de 84% declararam sofrer algum tipo de transtorno. Desses: 37% têm ansiedade, 36% relataram ansiedade e depressão simultaneamente, 7%, burnout e 4% sofrem de depressão.
A saúde mental dos educadores é um reflexo direto das condições de trabalho, da valorização profissional e da importância que a sociedade atribui à educação. Reconhecer isso é o primeiro passo para transformar o cuidado em política, e a empatia em prática.