26/08/2021
Perfeito! 👏
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Queridos irmãos, como cristã compreendo que um dos gestos mais amorosos que acreditamos fazer por outra pessoa é orar ou rezar por ela. É assim que pedimos ao Eterno que cuide, zele e faça o bem para alguém. Mas quero pontuar algo que te escapa: quando você ora para que alguém deixe de ter autismo, você – necessariamente – está partindo da ideia preconceituosa de que o autismo é algo ruim, indesejado e a se combater. Eu já fui essa pessoa que também não entendia a diversidade humana; também já me assustei diante do diagnóstico do meu filho e desejei o que a sociedade chama de “cura”. Mas não existe cura para o que não é doença. Autismo é uma condição humana, neurodiversidade, diferença, que, sim, traz dificuldades de aprendizado e adaptação diante de um mundo que não está preparado para o diverso, mas, também, potencialidades. O mundo como conhecemos: a ciência, a arte, a música, a tecnologia – não existiriam sem o autismo. Somos nós enquanto sociedade que precisamos nos adaptar para celebrar todas as formas de existir, sem temer. Somos nós enquanto igreja que precisamos praticar o amor ao próximo e adaptar nossos cultos, nossos espaços e nossas celebrações para que todas as pessoas se sintam confortáveis no nosso meio. A diversidade está em toda a criação de Deus: as árvores, flores, cores, pores do sol. O Eterno celebra a diferença a cada cor que colore o dia que se põe. Ore para que meu filho cresça feliz e confiante em ser exatamente quem é, e que através de suas diferenças Deus o use de instrumento para transformar esse mundo. Não dissemine preconceito orando pela cura do que é manifestação completa da humanidade de alguém. Maranata.
Contém texto alternativo.