29/07/2025
Sobre não entrar no automático… e lembrar por que escolhemos estar aqui.
Na correria do dia a dia, entre prontuários, metas, relatórios e atendimentos, é fácil, e humano, entrar no automático. Atender, anotar, entregar. E repetir.
Mas ser terapeuta nunca foi (e nunca deveria ser) só sobre protocolos e técnicas.
Cada criança que entra na nossa sala traz uma história única, uma família cheia de expectativas, um mundo inteiro que se comunica além do que é dito.
E o nosso papel vai muito além de aplicar atividades. A gente traduz, escuta, acolhe, provoca encontros, constrói pontes.
Entrar no automático é esquecer que aquele pai que chega atrasado talvez tenha enfrentado mil obstáculos só pra estar ali.
É não perceber que aquele “hoje ele não quis” pode esconder um cansaço, um choro, um medo.
É esquecer que progresso nem sempre vem em forma de palavra nova ou fonema correto — às vezes, ele é um olhar, um toque, um silêncio compartilhado.
Vamos nos lembrar do porquê escolhemos ser terapeuta.
Porque acreditamos na transformação. Porque cada pequena conquista importa.
Porque estar presente de verdade é tão terapêutico quanto qualquer intervenção.
Que a gente nunca perca a sensibilidade no meio da rotina.
Que nosso “olhar clínico” nunca ofusque o “olhar humano”.
🤍