11/02/2023
Esse é um print da tela do meu celular.
Há tempos as notificações de atualização chegam para mim e eu clico no botão “agora não”, ou no botão “mais tarde”.
Foi interessante perceber que essa “adi-ação”, revela “de mim” “para mim”, grandes vícios, grandes medos:
“E se eu perder o que tenho?”
“E se der algum erro?”
“E se eu não souber mexer nesse novo e não puder voltar?”
“E se eu sentir falta da configuração antiga?”
“Enquanto dá”, eu vou adiando até que algo trava, “buga”…
Quem dera resistir ao novo apenas no que diz respeito ao celular…
A verdade é que esse “agora não” e esse “mais tarde” são para mim, são para nós, um dos clics mais dados.
É que a gente tem medo do novo, e tem apego ao velho.
E eu não estou dizendo do novo que está “fora” de nós apenas.
No fundo, o que mais tememos, é o contato com o novo que ameaça existir “dentro” de nós.
Talvez o novo ameace um pertencimento importante.
Talvez a sensação que ele traz nos distancie de uma dor antiga, ou de uma dinâmica que sempre foi aquela “velha conhecida”.
É que muitas vezes assinamos um contrato insconsciente de sofrimento com a família, para poder pertencer a ela.
E é nesse momento que sufocamos nossas novas versões e sacrificamos tudo que poderíamos ser.
Chegamos quase a “pensar diferente”, “escolher diferente”, “comer diferente”, “casar diferente”, “viver diferente”, “prosperar diferente”, mas nos abrigamos no conhecido seguro e cantamos como Elis:
“Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.
Talvez nos falte perceber que ao atravessar o medo podemos acessar a continuidade.
Ela não acontece na repetição, mas através da evolução.
É para frente que se anda, e por isso precisamos dar ao “novo em nós”, permissão.
O que vem depois assegura a chance e a possibilidade para o que foi antes.
Nesse sentido, eu e você somos o “ouro” dos nossos ancestrais, justamente quando nos expomos às atualizações.
Como canta Oswaldo Montenegro: “O sol nasceu na estrada nova, e mesmo que eu impeça, ele vai brilhar”.
Acredite: se prosseguir é difícil, resistir é tolice.
Para tudo que só a cada um de nós cabe, para mim e para você, eu só desejo uma coisa:
Coragem! Coragem!