30/11/2025
🍷 Álcool (incluindo vinho) pode piorar inflamação e dor pélvica e até a dor na relação sexual?
Para algumas mulheres, sim.
A ciência sugere que o álcool pode atuar como gatilho (não “causa única”) de crises de dor em condições pélvicas específicas, e isso pode repercutir no assoalho pélvico e na vida s3xu4l.
O que já aparece com mais consistência nos estudos:
1) Dor pélvica e bexiga dolorosa
Muitas pessoas com relatam que certos alimentos e bebidas “acendem” sintomas. Entre os gatilhos mais citados estão bebidas alcoólicas (junto com café, chá, gaseificados, cítricos etc.).
➡️ Quando a dor visceral piora, é comum o corpo responder com contração/hipertonia do assoalho pélvico, o que pode aumentar a dor pélvica e contribuir para dor na penetração.
2) Endometriose e inflamação pélvica
Pesquisas sugerem associação entre consumo de álcool e risco de endometriose (doença inflamatória e frequentemente ligada a dor pélvica e dispareunia).
3) S3xualidade: álcool e pior desfecho s3xual em mulheres
Pesquisas monstram maior chance de disfunção sexual feminina associada ao consumo de álcool (o que pode envolver desejo, excitação/lubrificação e dor).
4) Por que a dor “vai para o assoalho pélvico”?
Em mulheres com dor pélvica crônica, a sensibilidade/dor à palpação dos músculos pélvicos é frequente e se associa a maiores taxas de dispareunia.
Ou seja: quando existe dor pélvica/visceral, o assoalho pélvico pode entrar em modo de proteção e agravar o quadro.
✅ Se você percebe esse padrão (“bebo e dói”)
📝 Experimente um diário por 2–4 semanas: bebida (tipo/quantidade), dor pélvica/abdominal, sintomas urinários e dor na relação.
Se houver relação clara, vale levar isso para avaliação com ginecologia/urologia e fisioterapia pélvica, porque pode haver um quadro de base ( endometriose, dor miofascial, vestibulodínia etc.).
Importante: isso não significa que “álcool sempre causa dor” mas que, em algumas condições, pode exacerbar inflamação/sensibilização e dor.
Fonte: Bassalary et al. 2011; Friedlander JL et al. 2012; Parazzini F et al. 2013; Li Piani LL et al 2022; Salari N et al. 2023.
Me Ana Larissa Perissini
Psicologa e S*xóloga CRP 06/71000
Doutoranda FAMERP