No Divã da Psicanálise

No Divã da Psicanálise Espaço de transmissão da psicanálise. Citações e pensamentos. Conscientização da necessidade de cuidar e se preocupar com a saúde mental.

Na teoria lacaniana, a verdade não é um conceito estático, mas algo que emerge no campo do desejo e da linguagem. Ao diz...
15/01/2025

Na teoria lacaniana, a verdade não é um conceito estático, mas algo que emerge no campo do desejo e da linguagem. Ao dizer que só alcançamos a verdade que podemos suportar, Lacan sugere que há um limite subjetivo: a verdade confronta o sujeito com sua falta, com o vazio estrutural que o define. Assim, aquilo que se revela como verdade é sempre parcial, fragmentado e condicionado pela capacidade de enfrentar o sofrimento psíquico que tal revelação pode provocar.
Lacan distingue o Real da realidade. Enquanto a realidade é o espaço simbólico mediado pela linguagem, o Real é o inominável, o que escapa à simbolização e confronta o sujeito com sua própria castração. A verdade, quando toca o Real, é quase insuportável, pois desorganiza as fantasias que sustentam a imagem que o sujeito tem de si mesmo e do mundo. É por isso que o alcance da verdade está vinculado ao grau de resistência ou resiliência que cada indivíduo possui para enfrentar essa ruptura.
O inconsciente é estruturado como uma linguagem, mas sua lógica opera por deslocamentos, recalques e formações de compromisso. O sujeito, ao se deparar com a verdade, ativa mecanismos de defesa que podem limitar sua capacidade de acesso a essa verdade. O recalque, por exemplo, é uma forma de proteger o psiquismo de conteúdos dolorosos ou ameaçadores. Assim, a verdade acessada nunca é plena, mas ap***s aquela que o sujeito pode integrar sem desmoronar.
"Cada um alcança a verdade que é capaz de suportar" revela que a verdade não é um destino fixo, mas um processo dinâmico e profundamente subjetivo. Ela é, antes de tudo, um encontro com os limites do saber e do ser, onde o sofrimento e o desejo se entrelaçam. Mais do que um estado de conhecimento, a verdade na psicanálise é um movimento que transforma o sujeito, na medida em que ele aceita se abrir ao que o excede e ao que o constitui.

Ao sermos "bons demais", ou seja, ao assumirmos uma postura constantemente disponível e abnegada, corremos o risco de se...
05/11/2024

Ao sermos "bons demais", ou seja, ao assumirmos uma postura constantemente disponível e abnegada, corremos o risco de sermos vistos ap***s como facilitadores, como alguém que se faz presente ap***s para auxiliar os outros.
Este excesso de bondade pode ser lido como uma forma de submissão ou falta de limites, o que leva à instrumentalização do indivíduo em prol dos desejos alheios, mais do que ao desenvolvimento de relações de afeto e respeito mútuo.
Lacan apontava para o "desejo de ser desejado", um anseio inconsciente de sermos valiosos para o outro. Entretanto, quando essa necessidade de ser desejado se perde em um excesso de disponibilidade e de servidão, acabamos anulando o próprio desejo individual, ficando, assim, à mercê da aprovação externa.
A noção de valor, na perspectiva psicanalítica, está intimamente ligada à construção da identidade e do reconhecimento de si mesmo como um ser autêntico, com desejos próprios e limitações legítimas. É este o valor que provém da aceitação do "não" — do limite que se impõe ao outro, indicando que há um sujeito ali que se diferencia dos demais e que merece ser respeitado em suas particularidades.
O valor, nesse sentido, está associado à singularidade e à autonomia, enquanto a utilidade se relaciona com o esvaziamento do sujeito em prol das necessidades alheias.
A bondade excessiva, ao obscurecer a identidade autêntica e o desejo próprio, cria um cenário onde o indivíduo deixa de ser reconhecido como sujeito para se tornar um "objeto útil".
Esse processo, em última instância, não só mina a autoestima, ao gerar uma dependência da validação externa, mas também pode produzir ressentimento e frustração, uma vez que os "excessivamente bons" percebem que são desejados não por quem são, mas pelo que podem oferecer.

Um momento importante para refletir sobre as lutas e conquistas das mulheres em todo o mundo.É uma oportunidade para cel...
08/03/2023

Um momento importante para refletir sobre as lutas e conquistas das mulheres em todo o mundo.
É uma oportunidade para celebrar as mulheres que lutaram e continuam lutando pelos direitos humanos e para inspirar novas gerações a se unirem em busca de um mundo mais justo e igualitário.
Neste dia, gostaria de parabenizar todas as mulheres pelo seu compromisso com o progresso, inovação e liderança.
Suas realizações em todas as áreas, seja na política, na educação, na ciência, na tecnologia ou nas artes, são verdadeiramente impressionantes e dignas de serem celebradas.
Quem souber a autora ou autor da imagem por favor me avise para poder repassar os crétidos.
                 

A sociopatia, também conhecida como transtorno de personalidade antissocial, é um transtorno mental caracterizado por um...
06/03/2023

A sociopatia, também conhecida como transtorno de personalidade antissocial, é um transtorno mental caracterizado por um padrão persistente de comportamento irresponsável, desrespeito pelos direitos dos outros e falta de empatia. Os indivíduos com sociopatia frequentemente violam as normas sociais e legais, mentem compulsivamente, manipulam os outros para obter vantagens pessoais e exibem um comportamento impulsivo e agressivo.
A sociopatia pode ser vista como uma falha no processo de desenvolvimento da personalidade, que leva a uma desregulação dos impulsos e afetos, bem como a um fracasso em formar relacionamentos saudáveis e significativos.
Uma das principais causas da sociopatia é a falta de cuidado emocional e negligência durante a infância. Quando uma criança não recebe amor, atenção e apoio emocional adequados, ela pode se sentir insegura e ansiosa. Para lidar com essas emoções, a criança pode desenvolver mecanismos de defesa, como o isolamento emocional, a negação e a agressividade. Com o tempo, esses mecanismos de defesa podem se tornar padrões de comportamento crônicos, levando ao desenvolvimento da sociopatia.
Outro fator importante na sociopatia é a falha em desenvolver uma consciência moral saudável. A consciência moral é um senso interno de certo e errado que nos ajuda a regular nosso comportamento e a seguir as normas sociais. As crianças aprendem essas normas através da socialização com seus pais, amigos e outras figuras de autoridade. No entanto, se uma criança cresce em um ambiente em que as normas são ignoradas ou desrespeitadas, ela pode não desenvolver uma consciência moral saudável, o que pode levar à sociopatia na idade adulta.
(Continua nos comentários)
               

A mentira é uma ação presente na vida de todos os indivíduos, mas quando se torna um comportamento constante e patológic...
04/03/2023

A mentira é uma ação presente na vida de todos os indivíduos, mas quando se torna um comportamento constante e patológico, pode afetar a vida social, profissional e emocional do indivíduo. De acordo com a teoria psicanalítica, a mentira pode ser vista como um mecanismo de defesa utilizado pelo ego para proteger a integridade psíquica e evitar a punição ou rejeição social.
Na infância, a criança pode aprender que a mentira é a única forma de evitar a punição ou rejeição dos pais, o que pode levar a um padrão de comportamento mentiroso na vida adulta. A falta de afeto, atenção e cuidado parental pode afetar negativamente o desenvolvimento emocional da criança, fazendo com que ela use a mentira como uma forma de obter o que precisa ou para se sentir melhor consigo mesma.
Além disso, a mentira patológica também pode estar relacionada a transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade narcisista ou borderline. Esses transtornos são caracterizados por uma baixa autoestima e uma necessidade constante de atenção e validação dos outros. A mentira é uma forma de manipular as percepções que os outros têm de si, a fim de manter a imagem de perfeição ou para obter a aprovação e admiração dos outros.
As consequências da mentira patológica podem ser graves, afetando negativamente a vida social, profissional e emocional do indivíduo. A falta de confiança nas relações pessoais e profissionais pode levar a conflitos e isolamento social, além de perda de oportunidades de trabalho e problemas financeiros. A pessoa que mente compulsivamente pode acabar se afastando dos outros, devido ao desgaste das relações que não conseguem prosperar com base em mentiras.
O tratamento psicanalítico pode ajudar o indivíduo a compreender as raízes emocionais que levaram a esse padrão de comportamento e a desenvolver mecanismos mais saudáveis para lidar com as situações em que a verdade parece difícil de ser dita. O objetivo é ajudar a pessoa a se tornar mais autêntica e honesta consigo mesma e com os outros, construindo relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.
 

A mentira é uma ação presente na vida de todos os indivíduos, mas quando se torna um comportamento constante e patológic...
04/03/2023

A mentira é uma ação presente na vida de todos os indivíduos, mas quando se torna um comportamento constante e patológico, pode afetar a vida social, profissional e emocional do indivíduo. De acordo com a teoria psicanalítica, a mentira pode ser vista como um mecanismo de defesa utilizado pelo ego para proteger a integridade psíquica e evitar a punição ou rejeição social.

Na infância, a criança pode aprender que a mentira é a única forma de evitar a punição ou rejeição dos pais, o que pode levar a um padrão de comportamento mentiroso na vida adulta. A falta de afeto, atenção e cuidado parental pode afetar negativamente o desenvolvimento emocional da criança, fazendo com que ela use a mentira como uma forma de obter o que precisa ou para se sentir melhor consigo mesma.

Além disso, a mentira patológica também pode estar relacionada a transtornos de personalidade, como o transtorno de personalidade narcisista ou borderline. Esses transtornos são caracterizados por uma baixa autoestima e uma necessidade constante de atenção e validação dos outros. A mentira é uma forma de manipular as percepções que os outros têm de si, a fim de manter a imagem de perfeição ou para obter a aprovação e admiração dos outros.

As consequências da mentira patológica podem ser graves, afetando negativamente a vida social, profissional e emocional do indivíduo. A falta de confiança nas relações pessoais e profissionais pode levar a conflitos e isolamento social, além de perda de oportunidades de trabalho e problemas financeiros. A pessoa que mente compulsivamente pode acabar se afastando dos outros, devido ao desgaste das relações que não conseguem prosperar com base em mentiras.

É importante buscar ajuda profissional para lidar com esse comportamento e entender suas causas subjacentes. O tratamento psicanalítico pode ajudar o indivíduo a compreender as raízes emocionais que levaram a esse padrão de comportamento e a desenvolver mecanismos mais saudáveis para lidar com as situações em que a verdade parece difícil de ser dita. O objetivo é ajudar a pessoa a se tornar mais autêntica e honesta consigo mesma e com os outros, construindo relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.

Os excessos podem ser vistos como uma forma de lidar com a angústia e a ansiedade, que são emoções que surgem quando est...
27/02/2023

Os excessos podem ser vistos como uma forma de lidar com a angústia e a ansiedade, que são emoções que surgem quando estamos diante de situações que nos desafiam e nos colocam em risco. Ao se engajar em comportamentos excessivos, a pessoa busca aliviar temporariamente essas emoções e sentir uma sensação de controle.
No entanto, os excessos podem se tornar um problema quando começam a interferir na vida cotidiana da pessoa, causando prejuízos em áreas como trabalho, relacionamentos, saúde e finanças. Nesse caso, é preciso investigar as causas por trás desses comportamentos excessivos.
A psicanálise sugere que os excessos podem estar relacionados a conflitos internos não resolvidos, que remontam à infância e que podem estar relacionados a traumas, conflitos familiares e experiências dolorosas. Esses conflitos podem estar relacionados a sentimentos de culpa, raiva, inveja, ou medo.
Ao explorar essas questões com um psicanalista, a pessoa pode ganhar uma maior compreensão de si mesma e dos seus comportamentos, o que pode ajudar a lidar com esses excessos de forma mais saudável e equilibrada. Além disso, a psicanálise pode ajudar a pessoa a desenvolver uma maior capacidade de lidar com as emoções difíceis de forma mais adaptativa, sem recorrer a comportamentos excessivos como uma forma de fuga ou evitação.
Quem souber o autor da imagem me avise para poder repassar os créditos, por favor.
     
     
   

Sócrates disse “fala, para que eu possa vê-lo”. Mas foi quando Anna O. propôs que seu médico ficasse quieto que Freu...
29/08/2022

Sócrates disse “fala, para que eu possa vê-lo”. Mas foi quando Anna O. propôs que seu médico ficasse quieto que Freud descobriu o ponto de partida do processo analítico.
Se buscamos a cura pela fala, por que o silêncio é importante? O silêncio fala, insinua, resiste, protesta, frustra e pune.
É também uma forma de entrar em contato com suas emoções, uma manifestação pulsional que demanda interpretação e manejo do analista.
Apesar da grande importância para a psicanálise, o silêncio é muitas vezes temido, isso porque ele guarda as palavras proibidas, censuradas e rejeitadas.
Sua presença permite ir longe com os pensamentos, refletindo e fantasiando. Além de ser um material de trabalho, o silêncio é também uma técnica de intervenção na clínica psicanalítica, usada em muitos momentos.
Mas é preciso lembrar que essa técnica não é indicada para todos os casos ou em todos os momentos, visto que o silêncio é ambíguo e pode ser improdutivo.
O analista deve cuidar para que o silêncio não seja uma forma de retaliação, impedindo que o paciente se expresse.
Comparo as palavras à comida, por suas conotações orais e função nutritiva e enriquecedora, sendo assim, o silêncio - especialmente prolongado e repetido - pode ser equiparado a uma forma simbólica de anorexia, em que tanto o paciente quando o terapeuta são mantidos em um estado de fome emocional. Na maior parte do tempo o silêncio do terapeuta não é uma intervenção, mas o complemento passivo de uma atividade do paciente.
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Sócrates disse “fala, para que eu possa vê-lo”. Mas foi quando Anna O. propôs que seu médico ficasse quieto que Freu...
29/08/2022

Sócrates disse “fala, para que eu possa vê-lo”. Mas foi quando Anna O. propôs que seu médico ficasse quieto que Freud descobriu o ponto de partida do processo analítico.
Se buscamos a cura pela fala, por que o silêncio é importante? O silêncio fala, insinua, resiste, protesta, frustra e pune.
É também uma forma de entrar em contato com suas emoções, uma manifestação pulsional que demanda interpretação e manejo do analista.
Apesar da grande importância para a psicanálise, o silêncio é muitas vezes temido, isso porque ele guarda as palavras proibidas, censuradas e rejeitadas.
Sua presença permite ir longe com os pensamentos, refletindo e fantasiando. Além de ser um material de trabalho, o silêncio é também uma técnica de intervenção na clínica psicanalítica, usada em muitos momentos.
Mas é preciso lembrar que essa técnica não é indicada para todos os casos ou em todos os momentos, visto que o silêncio é ambíguo e pode ser improdutivo.
O analista deve cuidar para que o silêncio não seja uma forma de retaliação, impedindo que o paciente se expresse.
Comparo as palavras à comida, por suas conotações orais e função nutritiva e enriquecedora, sendo assim, o silêncio - especialmente prolongado e repetido - pode ser equiparado a uma forma simbólica de anorexia, em que tanto o paciente quando o terapeuta são mantidos em um estado de fome emocional. Na maior parte do tempo o silêncio do terapeuta não é uma intervenção, mas o complemento passivo de uma atividade do paciente.
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Uma conversa com um narcisista pode se tornar um tédio infinito, uma experiência verdadeiramente frustrante. Isso porque...
13/05/2022

Uma conversa com um narcisista pode se tornar um tédio infinito, uma experiência verdadeiramente frustrante. Isso porque, na realidade, o narcisista não “conversa”, mas mantém um monólogo sem fim e tedioso. Não é um diálogo, não há troca.
De fato, mesmo se você tentar tomar a vez da palavra com algum “bom”, “bem” ou “realmente”, ele não permitirá que você participe. E isso porque o narcisista sabe tudo, e melhor que ninguém. Seus comentários, se você conseguir expressá-los, serão ignorados ou corrigidos. Por esse motivo, é normal que você se sinta realmente frustrado depois de tentar conversar, pois nunca é uma conversa, e sim uma palestra no qual você sempre será a plateia.
O tópico da conversa acabará sempre girando em torno de si mesmo. De fato, mesmo em conversas com mais pessoas, ele sempre tentará dar a volta para retornar a conversa sobre si mesmo. Por essa razão, narcisistas são pessoas que interrompem constantemente, tomando a vez da palavra sem respeitar os outros. Além disso, não p***s não ouvem os outros, mas acabam ignorando-os e monopolizando qualquer noite.
É assim ou nenhuma reposta. Sempre estão certos. Então na cabeça deles não existe acordo, nem diálogo, porque nunca vão mostrar o lado errado deles! Isso é um monólogo!
Se um dia escutarem desculpa, fiquem atentos. Te dobram e depois o descarte acontece novamente logo em seguida.
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Abraço do Divã 🤗❤️Imagem  . ́lise        ̧ao     ̧ãoprofissional                         ̧aterapia  ́vel     ̧aoquete...
04/01/2022

Abraço do Divã 🤗❤️
Imagem .
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̧aterapia
́vel ̧aoquetefazfeliz

Abraço do Divã 🤗❤️Quem souber o autor da imagem me avise para poder repassar os créditos por favor. ́lise        ̧ao  ...
16/12/2021

Abraço do Divã 🤗❤️
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