28/11/2025
Ser pai ou mãe de uma criança atípica é carregar um amor gigante, mas também uma sobrecarga emocional profunda. A exaustão, muitas vezes silenciosa, vai se acumulando, um peso que muitas vezes ninguém vê. Entre consultas, terapias, adaptações e batalhas diárias contra o preconceito, é comum que esses pais se coloquem sempre em último lugar, até que o corpo e a mente começam a cobrar.
Recebo no consultório muitas mães, pais e parentes que cresceram sem diagnóstico, sem apoio, sem compreensão, e que hoje enfrentam o desafio de cuidar de um filho enquanto lidam com suas próprias demandas emocionais, sensoriais e sociais.
A verdade é que cuidar de uma criança atípica também exige cuidar de si. Porque a jornada é intensa. A frustração existe. A sobrecarga é real. Por isso, psicoterapia não é apenas recomendada, ela é essencial. É o espaço onde o desabafo não precisa ser filtrado, onde a culpa é acolhida, onde a exaustão ganha nome, onde o coração aprende a respirar de novo.
Então, se você é um pai ou mãe atípico:
▪️ Procure apoio.
▪️ Permita-se sentir.
▪️ Cuide da sua saúde mental com a mesma dedicação que cuida do seu filho.
Dedico esse texto a todas as famílias atípicas, em especial para meus pacientes: vocês são resistência, ternura e força diária. E merecem cuidado em cada etapa da jornada!
Por Renata Furukawa
Psicóloga/ Neuropsicóloga CRP 06/10692