02/12/2025
Afinidade não é problema. Confundir lugar, sim.
Na análise, é natural que surjam afeto, admiração e vínculo.
Somos duas subjetividades em encontro.
Mas quando essa afinidade passa a ocupar o lugar da escuta, algo se desloca.
O espaço que deveria sustentar a elaboração começa a se tornar um lugar de troca afetiva, de necessidade de proximidade, de busca por reconhecimento.
Sustentar o lugar do analista é também sustentar um limite.
E esse limite não é frieza — é cuidado.
Encerrar uma análise, quando o vínculo sai do campo analítico, não é falha.
É ato ético.
É devolver ao sujeito sua possibilidade de seguir elaborando, inclusive com outro analista, se necessário.
Porque análise não é sobre ser amado.
É sobre poder falar sem precisar agradar.
💭 E você, já pensou sobre como o excesso de proximidade pode silenciosamente enfraquecer a escuta?