Desenvolvimento a Galope

Desenvolvimento a Galope Aprendendo sobre cavalos e sobre nós a partir dos cavalos

Nos últimos meses tenho revisitado e ressignificado muitas coisas na minha lida.Essas transformações não acontecem assim...
13/11/2025

Nos últimos meses tenho revisitado e ressignificado muitas coisas na minha lida.
Essas transformações não acontecem assim do dia pra noite. É aquela coisa do tempo do cavalo.
Algumas mudanças tem um caráter bastante experimental. Essas mais “revolucionárias” estão sempre fundamentadas numa rede de apoio que de várias maneiras vão ajudando a construir sentido naquilo que a gente se aventura.
Em breve volto a movimentar esse Instagram um pouco mais (ou não também) pra mostrar um pouco do que temos explorado por aqui.
Por agora, quem quiser vir compartilhar comigo e com os cavalos é só procurar pelo piquete da Vegana.

Cultura equestre
10/09/2025

Cultura equestre

No Tempo das Tropas
Artigo nº1
"O negociante paulista de cavalos"

No negociante destaca-se o chapéu de abas largas com barbicacho, cordão trançado que passa sob o queixo segurando o chapéu. Montado, vê-se a baldrana, de pelo macio e lavrada, que se coloca no arreio do cavalo de m***aria, por cima do pelego. Sobre ela o baixeiro, manta grossa, de tiras de tecido ou lã trançada, usada sob o arreio para não ferir o couro da m***aria. Sob ele podia-se ainda usar a carona. O pelego era feito de pele de carneiro ou ovelha, guarnecida com lã, e se colocava sobre o arreio. O arreio é uma peça em couro, com armação de madeira, mais robusta, mais cômoda e mais segura do que a sela. Era usado na m***aria para trabalho de campo e para viagem. No plural designa o conjunto que inclui, além do arreio propriamente dito, o baixeiro, a barrigueira, o pelego, a badana, a sobrecincha, o buçal e o freio com as rédeas. Cabrestos são peças em tiras de couro ou de couro trançado que passam pela testa, pelo focinho e pelo pescoço do animal. Além de tudo isso há os estribos.

A tralha da viagem é tão plural quanto a hierarquia social que representa e aparece em detalhes na iconografia de J.B. Debret. Servia para facilitar a vida dos homens, estivessem m***ados no lombo de mulas ou a pé, mas também servia para distinguir simbolicamente uns dos outros. Sobressaem-se os itens relacionados ao negociante de cavalos ou muares: selas, arreios, estribos e esporas, todos bastante refinados. Sem falar nos chicotes, elemento indispensável da indumentária de um proprietário de tropa, junto do sabre sempre presente entre os gaúchos e da garrucha mais característica dos paulistas.

Debret, na categoria tropeiros, inclui uma gama variada de atores: de condutores de tropas (tangedores) a tropeiros pobres.

O capataz, administrador de uma fazenda ou charqueada, ou ainda o responsável pela condução de uma tropa, distingue-se do peão (homem contratado para o trabalho rural, para condução de tropas). O peão flanqueador, mantinha o controle dos lados do rebanho, pelos flancos; o peão madrinheiro, geralmente um rapazote, ou então um dos condutores mais velhos, m***ava a mula mais mansa ou égua e seguia à frente da tropa servindo de guia aos demais animais. Entrementes, o termo peão alude a todo trabalhador agropastoril.

Fonte: Cultura material e práticas sociais no Caminho do Viamão: paisagens toponímicas, arqueologia do cotidiano das viagens, perfil e bagagem dos tropeiros (séculos XVIII e XIX)

Hoje estarei ao vivo com meus queridos amigos e apaixonados por cavalo do grupo de horsemanship.O GRUPO DO CAVALO, nasce...
01/09/2025

Hoje estarei ao vivo com meus queridos amigos e apaixonados por cavalo do grupo de horsemanship.
O GRUPO DO CAVALO, nasceu como uma iniciativa de grandes nomes do cenário equestre nacional que quiseram unir a galera que gosta de crescer e de compartilhar. O grupo é aberto a todos que quiserem participar.

Se você está no grupo, já tá ligado😬, mas…
Se você não está no grupo, ama cavalos e quer acompanhar a live junto dessa galera do país inteiro é só entrar no link que está disponível no meu perfil.

Vamos trocar essa ideia sobre o universo equestre hoje!
01 de setembro às 20e30.
Até jaja


Leeeeia!
28/08/2025

Leeeeia!

O iliopsoas é um dos músculos mais importantes para quem m***a a cavalo. Ele é o grande flexor de quadril, responsável por trazer o joelho em direção ao tronco. Apesar de pouco lembrado, exerce enorme influência na forma como nos movemos e, principalmente, em como nos conectamos com o cavalo.

Esse músculo profundo atravessa o quadril, ligando a coluna lombar ao fêmur. Por estar numa região estratégica, ele atua diretamente na postura em pé, na caminhada e, claro, no assento do cavaleiro. É como uma ponte entre o centro do corpo e as pernas, determinando se o movimento será fluido ou bloqueado.

O grande problema é que o iliopsoas encurta com facilidade. Nossa rotina moderna favorece isso: longas horas sentados no carro, no trabalho, em frente ao computador. No caso das mulheres, o uso frequente de salto alto intensifica ainda mais a tensão, deixando o músculo constantemente contraído.

E o que acontece quando o iliopsoas está encurtado? O cavaleiro tende a se sentar sobre o púbis, o que causa dor e desconforto, ou adota a postura “de cadeira”, apoiando o peso nos bolsos da calça. Ambas as posições bloqueiam a ação livre do quadril. E quando o quadril não se move, ele não consegue acompanhar o cavalo em nenhum andamento — passo, trote ou galope.

Isso não significa que quem tem iliopsoas encurtado não pode m***ar. Significa que é preciso conhecer suas próprias limitações, identificar os pontos em que o corpo restringe o movimento e adaptar a biomecânica. É justamente aí que entra a beleza da biomecânica do cavaleiro: compreender que todos nós temos encurtamentos e compensações, mas sempre existe um caminho para recuperar a naturalidade.

Montar bem não é estar perfeito. É aceitar o corpo que você tem hoje, aprender a respeitá-lo e ajustá-lo para que a conexão com o cavalo seja real. Quando entendemos isso, cada cavalgada deixa de ser uma luta contra o próprio corpo e passa a ser uma experiência de harmonia, suavidade e eficiência.

Aprendendo juntos desde 2011
25/08/2025

Aprendendo juntos desde 2011

Uma das coisas que eu entendo que diferencia meu trabalho das escolas de equitação e de hipismo tradicionais é que o foc...
12/08/2025

Uma das coisas que eu entendo que diferencia meu trabalho das escolas de equitação e de hipismo tradicionais é que o foco daquilo que fazemos com os cavalos não está no que fazemos. Está especialmente no por que e no como fazemos.

Sei que não sou o único que aborda as diversas possibilidade de se relacionar com o cavalo a partir desta premissa. Mas ao mesmo tempo também sei que somos a minoria.

Como qualquer minoria estamos sujeitos à pressão aliciadora e por vezes opressora da maioria.

No fundo, no universo equestre no geral, todos os cavaleiros querem a mesma coisa: um bom cavalo para m***ar e fazer o queremos ou o que tem que ser feito. Acontece que muita gente para por aí, se satisfaz com o cavalo fazendo. Nós não. Não nos satisfazemos com esse pouco. Existem outras coisas que são tanto quanto, se não mais, importantes do que o cavalo fazer.

A forma como eu proponho importa, o estado emocional e mental com que ele responde importa, o processo pra que ele chegue a fazer importa mais até do que o fazer, a consideração que o cavalo tem pelo cavaleiro importa mais do que o que conjunto faz, o vínculo importa, a leveza e a sutileza importam, a calma importa, a atenção sem tensão importa, o cavalo saudável importa e o sentido para as pessoas e para os cavalos importam.

Se você ainda m***a a cavalo sem princípios morais bem definidos, sem uma ética, você ainda está bem longe do cavalo, por mais ou menos resultado em pista que você dê ou likes e seguidores que você tenha.

Um dia eu estive no lugar de quem queria só fazer o cavalo fazer e receber todos os louros das conquistas… mas já tirei (ou venho tirando) meu cavalinho da chuva faz tempo.

🧠 A terceira ferida narcísica de Freud e o treinamento de cavalosFreud mostrou que o ser humano não é senhor de si. Gran...
05/08/2025

🧠 A terceira ferida narcísica de Freud e o treinamento de cavalos

Freud mostrou que o ser humano não é senhor de si. Grande parte de seus pensamentos, desejos, reações e intenções não é consciente. comunicamos o tempo todo sem saber. Nosso corpo, postura, microexpressões, respiração, ritmo interno — tudo isso fala antes mesmo de pensarmos em falar.

Agora, pensemos no cavalo:
Ele é um ser de altíssima sensibilidade somática, um leitor atento do ambiente e, sobretudo, dos estados internos de quem está perto.

Quando dizemos no treinamento que o cavalo “antecipou” um movimento ou ação, podemos estar lidando com duas possibilidades:

🐎 Hipótese 1: O cavalo “antecipa”
• Ele aprendeu padrões: ao perceber um certo arranjo de corpo, olhar ou intenção do treinador, ele se adianta, buscando a recompensa, a liberação ou a solução do exercício.
• Isso pode ser lido como uma espécie de condicionamento inteligente, em que o cavalo “lê” o humano melhor do que o humano lê a si mesmo.

🪞 Hipótese 2: O humano já comunicou — sem saber
• Pode ser que não exista antecipação verdadeira, mas sim um atraso da nossa percepção daquilo que já expressamos.
• O corpo do treinador já estava dizendo “vai”, mesmo sem dar a ordem formal. Ou seja, o cavalo respondeu não ao gesto deliberado, mas a uma mensagem inconsciente.

🔄 O elo com a terceira ferida narcísica

Aqui entra a ferida freudiana:
E se o cavalo responde não ao que dizemos, mas ao que somos — ou ao que tentamos ocultar de nós mesmos?

Essa é uma forma bastante clara de experimentar, na prática, que não controlamos plenamente o que comunicamos. O cavalo, nesse contexto, nos mostra que:
• Há um inconsciente corporal na comunicação.
• Há uma discrepância entre intenção e expressão.
• O cavalo nos revela a nós mesmos, como um espelho sensível e incorruptível.

Talvez a “antecipação” seja menos sobre o cavalo se adiantar e mais sobre o humano se atrasar em relação a si próprio.
A prática com cavalos, nesse sentido, toca a ferida narcísica de forma viva: nos força a reconhecer que não dominamos totalmente nossa presença, nossa linguagem, nosso corpo — e que outro ser, sem o engodo das palavras, sabe disso antes de nós.

Trilhas, estradas de terra, campos abertos.O trabalho a cavalo no exterior não é apenas um passeio — é uma extensão prof...
30/07/2025

Trilhas, estradas de terra, campos abertos.
O trabalho a cavalo no exterior não é apenas um passeio — é uma extensão profunda da formação, tanto do cavalo quanto do cavaleiro. Este texto se dedica a apontar brevemente um pequeno recorte dos motivos de se sair da pista/arena/picadeiro com os alunos e com os cavalos.

Sob a ótica do horsemanship vaqueiro, funcional e militar, sair da arena é honrar a tradição do cavalo de função, é viver a nossa história.

Aquele cavalo que sabe onde pisa, que confia no humano, que encontra propósito no movimento tende a ser um animal atento, solícito e forte. O exterior oferece terreno variado, estímulos reais, e a chance de consolidar a leveza, o foco e a parceria.

Como dizia Ray Hunt:
“Você não trabalha o cavalo. Você trabalha em si mesmo, e o cavalo reflete isso.”
No exterior, esse espelho se torna ainda mais nítido. Cada passo fora da arena revela o que está sendo construído por dentro. Dentro de nós e dentro deles.

Do ponto de vista da psicologia equina, isso faz sentido: cavalos são exploradores por natureza. Quando respeitamos seu tempo e seu instinto de segurança, o ambiente externo se torna um espaço de crescimento — e não de tensão.

Para o aluno, sair da arena é onde a equitação ganha vida. É onde a técnica se encontra com a experiência, e o aprendizado se torna prazeroso, desafiador e motivador.

Como dizia Jean Piaget:
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas, e não simplesmente repetir o que as gerações anteriores fizeram.”
Na trilha, o aluno aprende a pensar com o corpo, sentir com presença e decidir com responsabilidade. Isso não se ensina — se vive.

🌿 Cavalgar fora da arena é mais que um recurso pedagógico.
É um gesto de respeito à natureza do cavalo e ao caminho único de cada aprendiz.

Endereço

Avenida Shishima Hifumi, 2911
São José Dos Campos, SP

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