01/12/2025
Me conta dos seus sintomas,
mas deixa os diagnósticos pra depois.
Antes, me clareia o que te nutre —
um cheiro, uma comida que te faz lar,
O valor que um abraço tem pra você.
Me fala das manhãs,
do que te levanta antes do sol,
do que te sustenta quando o dia pesa.
Tem música na sua mente?
Tem silêncio nas suas pausas?
Me conta uma lembrança de infância,
um sabor que traduz a saudade,
uma receita de alguém que te amou.
Me fala das suas fomes —
as do estômago e as do coração.
Me mostra onde mora o seu chão,
onde sua intuição diz sim,
onde a alma pede calma,
Um alimento que te devolve a paz
E uma mesa posta só pra você.
Porque é disso que eu cuido —
do espaço entre a fome e o sentir,
onde o alimento entende o afeto
e a verdadeira elegância que é estar presente.
Que o essencial é sempre sutil.
E que a alma espera pela sofisticação de um tipo de nutrição que devolve ao corpo a soberania sobre si.