Nas curvas de um divã

07/12/2025

04/12/2025

16/11/2025

Um seminário clínico, que nos convoca a pesar no dispositivo analítico.
O inconsciente freudiano abordado por sua dimensão linguageira, não arcaico, obscurecido, primitivo. O inconsciente “na ponta da língua”

O ato analítico, implica o sujeito, na medida em que é um ato de subversão do saber: um saber que não se sabia, um saber sem sujeito, um saber não conhecido: está aí o inconsciente freudiano.

A análise colocada como uma partida, onde todas as cartas são do analisante, ao analista cabe o manejo (direção) desse jogo.

O analista, enquanto função no discurso —destituído de qualquer essência de ser — se faz presente, em ato, ato este que propicia a implicação do sujeito por sua apropriação a um saber, até então desconhecido.
Nessa partida discursiva, não há jogadores passivos: o fazer, a fala é do analisante, o ato do analista.

Nessa partida não cebe psicologisismos: ambiente suficientemente bom, integração do ego, fortalecimento do eu, nada que suponha uma essência de ser.

Uma análise leva há um de-ser, há uma outra relação com a verdade, com o impossível que nos habita.

Uma experiencia, de inscrição: de saber o que não se sabia que sabia! A palavra inscreve, inaugura, não tudo, pois como disse Lacan, dizer tudo é impossível. Mas quem o sabe, quem o diz faz diferença!

13/10/2025

Em um percurso analítico, há um despojamento da fantasia, caem as miragens. Um haver ou há ver com nossos impossíveis.

11/10/2025

Deixo por aqui, Trechos dessa leitura que me marcaram…
iaconelli é generosa e corajosa ao escrever e compartilhar sobre sua historia, seu processo de análise. Uma escrita que do meu lugar de leitora, me fez ter a sensação de estar escutando uma analisante no divan: suas invenções, fantasias, sintomas. De presente, ainda nos coloca a pensar sobre o que seria um dispositivo analítico e uma escuta afiada.

11/10/2025

Deixo por aqui, Trechos dessa leitura que me marcaram…
iaconelli é generosa e corajosa, ao escrever e compartilhar sobre sua historia, seu processo de análise. Uma escrita, que do meu lugar de leitora, me fez ter a sensação de estar escutando uma analisante no divan, suas invenções, fantasias, sintomas. De presente, ainda nos coloca a pensar sobre o que seria um dispositivo analítico e uma escuta afiada.

07/09/2025

É comum ouvirmos que “se Freud explica, Lacan complica”. A escrita de Lacan, dotada de aforismos, com seu estilo erudito junto com a própria afirmação lacaniana: de que não escreveu pra ser compreendido, levanta críticas sobre sua transmissão: estaria o ensino lacaniano dominado pelas elites intelectuais e servindo de instrumento como forma de segregação social? Contribuindo para silenciar as contradições e formas de exclusões sociais, a medida que trata de um sujeito subjetivado? Dunker parte dessa pergunta, e a partir de um retorno as bases de sustentação do estilo lacaniano, sustenta que é seu estilo que mantém uma psicanálise viva e subversiva, que resiste as formas culturais de orientações ideológicas e tecnicistas.
Não nos esqueçamos, a Psicanálise lacaniana é sobretudo uma ética, uma ética da falta a ser, do não essencialismo do ser. A loucura é uma experiência antropológica, condição humana universal. As estruturas clínicas não são transtornos, são modos de organizar frente aos impossíveis humanos, são relações lógicas e culturais da linguagem.
Cabe a a cada analista, sustentado por essa ética, colocar algo de si, a partir de seu próprio estilo. Estilo que construímos no nosso percurso, na nossa análise, nos nossos sintomas, pelo que passa pelo simbólico, imaginário e também pelo real, que não cessa de não se escrever…

07/09/2025

11/05/2025

A função materna, é um furo no nosso narcisismo.
Um desafio amar um ser que nasceu da gente (seja da barriga, ou exclusivamente do nosso desejo mesmo), mas que não é a gente.
É investir afeto, idealizar uma vida e aos poucos descobrir que as idealizações são nossas e que eles, ainda bem, vão seguir seu próprio caminho, desenvolver suas próprias ideias.
E com certa frequência, ter que lidar com os imperativos cruéis da “culpa” por achar que podíamos ter feito melhor, ter ajudado mais, ter evitado frustrações… Porque pode ser difícil lidar com a verdade de que não podemos tudo, não controlamos tudo, a castração se presentificando…
Mas o amor é assim: “Dar o que não se tem, a alguém que não o quer” - Lacan, claro…
Há também um certo movimento de se eternizar na vida, no que se transmite aos filhos, de geração em geração, algo que não pode ser ensinado, explicado, mas que insiste, e que as vezes temos notícias disso numa análise, por exemplo.
Mas é nesse mal entendido, entre o que idealizamos e o que comparece, entre o que queremos ensinar e o que se transmitiu, que a singularidade dos filhos aparece… É nesse espaço de intimidade e estranhamento que também aprendemos com os nossos filhos e pasmem, eles também nos transmitem muito!

Feliz dia a todos que cumprem essa função tão bonita e humana: a maternagem.