30/11/2025
Moramos no nosso corpo (?)
Moramos em nossas ideias - essas que nos foram oferecidas sem que sequer tenhamos solicitado, mas sem as quais nem seríamos um lar para nós mesmas (?)
Desatino
de dentro do meu lar
corpo/ideia
Ih, Deia!
Há uma trajetória curiosa nesse olhar para quem se é - pois não tem como saber de si, sem nos olharmos em relação aos outros.
De dentro do meu corpo, onde faço lar com minhas "Ih, Deia (S)!", vejo a mim mesma e também desvario, desbaratino...
É possível ser eu mesma sem ser atravessada por aqueles que me antecederam e me deram um nome, um lugar, algumas palavras e um lar?
Sou só perguntas - desatinadas - desafinadas em nós. Esses nós que nos compõem. Não há eu sem o outro. O outro está em mim.
Isso é definitivo?!
Me define?!
Para sempre?
O que faço do que me foi dito, do lugar que recebi e do nome que me deram?
É tão solitário estar aqui!
Mesmo sendo nós, há certamente uma angulação única para olhar esse emaranhado todo - de eu, nós, ideias, corpo e lar - que me define.
Eu sou meu próprio lar!
Um lugar que sinto solitário
e ilusiono sólido.
Mas não me quero definida
definitivamente!
Quero poder girar, dançar, cantar, pintar e bordar, escrever e reescrever esse corpo, esse lar, as palavras
e a vida!
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Triste, louca ou má - Foi a música que escolhi para falar de mim - porque certamente me identifico com essa música que se tornou para mim um hino e uma ode.
(Me permitam três trechos)
Triste, louca ou má será qualificada, ela quem recusar seguir receita tal...
Um homem não te define, sua casa não te define, sua carne não te define. Você é seu próprio lar.
Ela desatinou, desatou nós, vai viver SÓ.
Ganhei palavras das colegas da oficina de escrita - e fui convidada a escrever.
Me vi cheia de perguntas e justamente a partir delas vejo a possibilidade de fazer giros criativos daquilo que eu sou.
O meu ser não se encerra em nós - desatamos nós -
porque ideias podem ser constantemente revisitadas e revistas.
Ih, Deia!