27/11/2025
Ciclo Menstrual x Saúde Mental
Falar de ciclo menstrual é sobre gênero, mas, também é singular.
Para mulheres negras, que historicamente têm sua dor minimizada e “invisível”, que enfrenta desigualdades históricas e estruturais, como o racismo institucional, que resultam em piores indicadores de saúde, como maior mortalidade materna, maior incidência de doenças como câncer de colo de útero e hipertensão, e menor acesso a serviços de saúde);
Mulheres com endometriose,Síndrome do Ovário Polícistico(SOP) ou ciclos especialmente sensíveis. Mulheres com TDPM (Transtorno Disfórico Pré Menstrual), um transtorno frequentemente negligenciado por profissionais da saúde e confundido com “TPM forte”.
Grande parte desse descuido tem raízes antigas. A cultura machista que chamava mulheres de “histéricas” não desapareceu; ela só ganhou novos nomes. Hoje, muitas ainda recebem rótulos como “exagerada”, “dramática”, “sensível demais”, isso por vezes impede que sofrimentos reais sejam reconhecidos e olhados com a atenção merecida.
Ainda assim, importante lembrar que não somos estimuladas a descobrir, conhecer e entender nosso corpo, meninas e mulheres são silenciadas em sua sexualidade.
Amanda Duarte
Psicóloga CRP 07/23608
E eu falo disso não só como psicóloga, mas como mulher. Cresci numa família de mulheres e sempre ouvi relatos de ciclos difíceis, sintomas intensos, mudanças de humor... Coisas que eu mesma experienciei no meu corpo. Em muitos atendimentos médicos também experienciei a negligência, até encontrar profissionais que realmente ouviram, validaram minha experiência e explicaram o que estava acontecendo.
Ser escutada mudou tudo.
Por isso levo esse tema tão a sério na clínica. Nomear a dor não a aumenta, oferece caminhos! TDPM não é frescura, não é uma “falha”, não é exagero. É um transtorno real, com impacto real, que exige cuidado, informação e acolhimento.