14/02/2023
Toda a minha vida eu vivi no piloto automático, cuidando de tudo e de todos. Tenho 55 anos, sou filha, mãe, esposa e avó, e não consigo encontrar um único momento em que tenha me sentido genuinamente feliz.
Eu realmente não sei te dizer um acontecimento ou algo que tenha me feito sentir feliz. Parece chocante quando as pessoas escutam que eu me casei na Igreja, que eu vivi o nascimento das minhas filhas e o nascimento do meu neto, e nenhum desses acontecimentos tenha me trazido a sensação de felicidade.
Para mim, tudo sempre foi apenas um marco da vida que deveria acontecer, de um jeito ou de outro. A verdade é que eu estava sempre muito ocupada resolvendo problemas, ajudando os outros, cuidando de todo mundo, e não tinha tempo de parar e olhar em volta para apreciar os bons momentos.
Até que, recentemente, enquanto eu dava banho no meu neto, ele tentou fazer daquele momento uma brincadeira e eu não queria deixar. Ele, muito frustrado com minha reclamação, perguntou: “vovó, por que a senhora não para de reclamar e tenta sorrir mais?”. Aquilo me pegou de um jeito, que eu desabei em lágrimas. No mesmo dia conversei sobre isso com minha filha e ela ficou bem constrangida, mas perguntou se eu queria ajuda, e me indicou uma amiga dela, terapeuta TRG.
Não vou dizer que foi fácil passar pelas sessões de terapia. O processo de cura é árduo e doloroso. Porém, é também libertador! Eu nunca senti tanta paz dentro de mim. Apenas hoje, aos 55 anos, eu sou capaz de respirar fundo, olhar em volta e apreciar as pequenas coisas. Curtir alguns minutos de brincadeira no banho junto meu netinho, apreciar um almoço de domingo com a família reunida. Permitir que as pessoas também cuidem de mim, tomar um café da manhã, em uma segunda-feira corrida, junto ao meu esposo... Hoje, graças à terapia da TRG, eu sei quais são os pequenos prazeres da vida. E me sinto feliz. Muito feliz!!