03/10/2018
NOTA DE REPÚDIO
Hoje, no Dia Internacional da Não Violência, o Centro Acadêmico de Medicina Aôtônio Rafael – CAMAR, vem a público manifestar veemente repúdio às agressões realizadas por um aluno do nosso curso de Medicina da UFMA – São Luís, direcionadas a dois alunos do curso de Filosofia da UFMA – São Luís.
No dia 1 de Outubro, dois alunos (Medicina e Nutrição) que participavam do Ato Conservador organizado pelo grupo Carcarás, estavam arrancarando pôsteres do Mov na passarela que dá acesso ao RU. Eles chutavam as colunas da estrutura do prédio quando foram questionados por dois alunos de Filosofia. Em resposta, começaram a agredir verbalmente e intimidar os alunos, numa sequência de piadas machistas e racistas, para ofender um deles que é negro. Assustados os estudantes passaram a filmar as cenas e procuraram a APRUMA para relatar o caso. Porém os outros dois alunos os seguiram e continuaram proferindo frases contendo injúria racial, deboche aos movimentos Feminista, LGBT e Negro, além de ameaças. Na sede da APRUMA, a diretora da APRUMA tentou intervir, pedindo a eles calma e respeito, mas também foi desrespeitada. A equipe de segurança da UFMA foi acionada na tentativa de mediar a situação. Os alunos agressores foram retirados do local e os agredidos escoltados para casa com medo. As funcionárias que presenciaram o ocorrido foram liberadas mais cedo como medida de proteção.
A presidência e a diretoria do CAMAR foram notificadas do ocorrido ontem à tarde e entraram em contato com os envolvidos para esclarecer os fatos. Em reunião com os agredidos e testemunhas, tiveram acesso aos vídeos e puderam constatar a veracidade do relato divulgado pelas vítimas. O aluno da Medicina já foi identificado e está sendo contatado. A sua identidade está sendo preservada por questões de segurança.
O CAMAR, enquanto órgão representativo do corpo discente da Medicina, envergonha-se pelo envolvimento de um dos seus estudante neste ato de desrespeito à dignidade humana. Atitudes racistas, machistas, homofóbicas e que, de forma geral, ferem os Direitos Humanos não representam o posicionamento dos estudantes de Medicina. Acreditamos que os valores da ética e do respeito são imprescindíveis a nossa formação humana e profissional, e devem permear as nossas relações em sociedade.
Solidarizamo-nos com os estudantes e profissionais agredidos e apoiamos manifestações contra qualquer tipo de violência. Colocamo-nos à disposição da comunidade acadêmica para demais esclarecimentos e dirigimos todo o nosso apoio às vítimas no auxílio para que as devidas medidas judiciais sejam tomadas.
Ludmila Leal – Presidente do CAMAR
Ulli Uldiery – Vice Presidente do CAMAR