02/02/2023
Gostaria de colocar alguns pontos sobre como acontece a relação entre nós terapeutas e os pacientes, especialmente dentro da perspectiva em que trabalho.
Partimos de um princípio que todo ser humano tem um potencial a se desenvolver que ele traz consigo. O psicólogo tem como objetivo principal facilitar que este desenvolvimento aconteça, ajudando o paciente a perceber e encontrar recursos dentro dele para enfrentar as suas dificuldades na vida.
O terapeuta também é um ser humano que está em relação com outro ser humano, este é um princípio que não perdemos de vista, embora existam sim alguns limites nesta relação. Não fique triste se o seu psicólogo não aceitar um convite para um café ou uma festa de aniversário sua porque talvez nestas situações se perca o limite também importante para acontecer uma relação terapêutica.
O terapeuta também cria um vínculo com o paciente, mas ele não será o seu amigo pessoal que estará com você a todo momento, este é o campo de suas outras relações interpessoais, onde você pode (e é ótimo que esteja) com seus amigos, familiares e pessoas que lhe sejam importantes. O terapeuta embora não tenha uma relação de amigo pessoal com você, não quer dizer que não torça pelo seu crescimento. Eu particularmente fico tocada quando vejo cada um dando seus passos e vencendo suas dificuldades (torço muito!), mas compreendo que cada um faz seu progresso de acordo com o seu tempo em fazer.
Na minha perspectiva de trabalho, espera-se que entre o paciente e o terapeuta, apesar de haver estes limites, exista uma relação onde o lado humano, onde estar presente com o outro de um modo acolhedor e afetuoso também exista, uma relação humana mesmo profissional não precisa e não deve ser fria como se duas máquinas estivessem ali juntas (que bom que não somos máquinas!).