Gustavo Schvartsman

Gustavo Schvartsman Oncologista
Hospital Israelita Albert Einstein
EPM-UNIFESP
Fellowship MD Anderson Cance

Muitas vezes, ao receber o diagnóstico de câncer, o paciente acredita que já tem todas as respostas em mãos. Mas o tipo ...
16/09/2025

Muitas vezes, ao receber o diagnóstico de câncer, o paciente acredita que já tem todas as respostas em mãos. Mas o tipo histológico e o local do tumor são apenas parte do quebra-cabeça.

O diagnóstico molecular entra justamente para aprofundar essa análise.

Por meio de te**es genéticos aplicados diretamente às células do tumor, conseguimos identificar mutações específicas, instabilidades genômicas ou assinaturas moleculares que definem como o câncer se comporta — e, mais importante: qual o melhor caminho terapêutico para cada caso.

Em alguns tumores, como os de pulmão, mama, próstata ou intestino, essa informação é essencial para decidir entre quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia ou uma combinação delas. Em outros, pode indicar a necessidade de vigilância mais rigorosa ou participação em estudos clínicos.

Nem todos os pacientes vão precisar desse tipo de exame. Mas quando indicado, o diagnóstico molecular não é um luxo — é parte da medicina moderna, que se baseia em evidência, personalização e precisão.

Se você tem um diagnóstico recente, ou está passando por uma recidiva ou metástase, converse com seu oncologista sobre a possibilidade de realizar te**es moleculares.

11/09/2025

Quando falamos em estágios do câncer, muita gente ainda se confunde sobre o que isso significa e qual a intenção do tratamento em cada situação.

De forma geral, a maioria dos tumores é classificada em estágios 1, 2, 3 e 4.
Nos estágios 1 a 3, a doença está localizada ou localmente avançada, mas sem metástase à distância. Nessas situações, a intenção do tratamento costuma ser curativa, embora conforme o estágio avança, as chances de cura diminuem e seja necessário intensificar as modalidades de tratamento.

Já o estágio 4 é caracterizado pela presença de metástases em outros órgãos, como ossos, fígado, pulmão ou cérebro. Nesses casos, falamos em tratamento paliativo. Mas aqui existe uma confusão importante: paliativo não significa “terminal”. Significa que o objetivo passa a ser controlar a doença, aliviar sintomas e oferecer qualidade de vida.

Hoje, com os avanços da oncologia, é possível manter alguns pacientes com câncer em estágio 4 em tratamento contínuo e com a doença controlada por muitos anos, em alguns casos, transformando o câncer em uma condição crônica.

Por isso, não se prendam apenas à terminologia. O estágio do câncer guia nossas decisões, mas cada caso é único. E mesmo quando não falamos em cura, podemos falar em controle e qualidade de vida.

Essa é uma pergunta que recebo frequentemente no consultório. E, na maioria das vezes, não há uma resposta única e defin...
09/09/2025

Essa é uma pergunta que recebo frequentemente no consultório. E, na maioria das vezes, não há uma resposta única e definitiva.

O câncer é uma doença complexa, resultado de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais que se acumulam ao longo do tempo.

Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição a substâncias químicas, infecções por certos vírus e predisposição genética podem aumentar o risco.

No entanto, é importante entender que, mesmo em pessoas expostas a esses fatores, o câncer pode ou não se desenvolver. Da mesma forma, indivíduos sem fatores de risco aparentes também podem ser diagnosticados com a doença.

Portanto, em vez de focar exclusivamente na causa, é mais produtivo concentrar nossos esforços no tratamento adequado, no acompanhamento contínuo e na adoção de hábitos de vida saudáveis que podem auxiliar na recuperação e na prevenção de recidivas.

Se você tem dúvidas ou preocupações sobre seu diagnóstico, converse com seu oncologista. Juntos, podemos traçar o melhor caminho para o seu cuidado.

Nem todo tumor é sinônimo de câncer, e entender essa diferença é essencial para evitar diagnósticos errados e ansiedade ...
05/09/2025

Nem todo tumor é sinônimo de câncer, e entender essa diferença é essencial para evitar diagnósticos errados e ansiedade desnecessária.

Tumores benignos são formações celulares que crescem de forma localizada e geralmente têm bordas bem definidas. Eles não invadem tecidos ao redor nem geram metástases. Apesar disso, podem causar sintomas importantes — como compressão de órgãos vizinhos — dependendo da localização, como no cérebro ou em regiões com estruturas delicadas.

Já tumores malignos — o que chamamos de câncer — apresentam comportamento agressivo: crescem de forma desorganizada, invadem estruturas adjacentes e têm potencial de se disseminar para outros órgãos (metástase). Essa capacidade de invasão e disseminação é o que torna o câncer uma doença tão complexa.

A diferenciação entre benigno e maligno depende de exames de imagem, características clínicas e, principalmente, da biópsia, que avalia a arquitetura celular ao microscópio. Além disso, te**es moleculares ajudam a definir o grau de agressividade e orientar o tratamento.

Avaliação precoce por um especialista é o caminho mais seguro para o diagnóstico correto e o melhor plano terapêutico.

03/09/2025

Quais são os principais fatores de risco para câncer de cabeça e pescoço?

O tabagismo é, sem dúvida, o mais relevante. E quando está associado ao alcoolismo, o risco é ainda maior, tanto para desenvolver a doença quanto para ter um prognóstico mais grave. O consumo isolado de álcool também aumenta o risco em comparação à população que não bebe, embora em menor intensidade.

Outro fator importante é a infecção pelo HPV, que hoje pode ser prevenida com a vacina. Idealmente, a vacina novevalente deveria ser usada, mas no SUS está disponível a tetravalente, que já cobre os principais tipos virais relacionados ao câncer de orofaringe. Ela oferece proteção em até 90% dos casos.

A vacinação é indicada para meninos e meninas de 11 a 15 anos, de preferência antes do início da vida sexual, quando ainda não houve contato com o vírus.

Esses são os principais pontos que precisamos reforçar para diminuir o impacto do câncer de cabeça e pescoço.

Tem dúvidas sobre o tema? Deixe aqui nos comentários.

O trastuzumab deruxtecan tem mudado a forma como tratamos o câncer de mama, especialmente em pacientes com tumores HER2-...
01/09/2025

O trastuzumab deruxtecan tem mudado a forma como tratamos o câncer de mama, especialmente em pacientes com tumores HER2-positivo e HER2-low, ampliando as possibilidades terapêuticas e melhorando os desfechos clínicos.

Esse anticorpo conjugado a um quimioterápico potente atua de forma direcionada: liga-se ao receptor HER2 na célula tumoral, é internalizado e libera a medicação diretamente em seu interior. Esse mecanismo aumenta a eficácia e reduz os efeitos colaterais em tecidos saudáveis.

Estudos clínicos demonstraram taxas de resposta superiores a 60% em pacientes com doença HER2-positiva previamente tratadas, e cerca de 50% em pacientes com HER2-low, com ganho significativo de sobrevida livre de progressão da doença.

Apesar de ser um tratamento promissor, nem todos os pacientes são elegíveis. A indicação depende da expressão do HER2 e de outros fatores clínicos que devem ser avaliados pelo oncologista.

29/08/2025

A imunoterapia já faz parte do tratamento do câncer de cabeça e pescoço em estágios avançados, como nos casos de metástase ou quando o paciente já foi operado e uma nova cirurgia não é possível.

Nesses casos, avaliamos um marcador chamado PD-L1. Para que a imunoterapia seja indicada, o paciente precisa ter pelo menos 1% no score de PD-L1, e felizmente cerca de 90% dos pacientes atendem a esse critério.

Mais recentemente, dois estudos importantes mostraram bons resultados com o uso da imunoterapia em casos localmente avançados, quando o tumor ainda está na região da língua, boca, garganta e há comprometimento dos linfonodos no pescoço.

Os resultados mostram uma redução significativa da progressão da doença, e isso pode mudar o rumo do tratamento.

Se você conhece alguém com esse tipo de câncer, converse com um oncologista sobre a imunoterapia. Essa informação pode fazer diferença.

Já ouvi diversas vezes, no consultório, pacientes e familiares dizerem após o diagnóstico de câncer de pulmão:"Mas eu nu...
25/08/2025

Já ouvi diversas vezes, no consultório, pacientes e familiares dizerem após o diagnóstico de câncer de pulmão:
"Mas eu nunca fumei, como posso ter tido esse câncer?"

É natural pensar assim. Por muito tempo, o tabagismo foi (e ainda é) o principal vilão — e, por isso, acabou virando sinônimo da doença.

Mas a verdade é que essa associação, por mais comum que seja, não reflete toda a realidade.

Hoje, atendo muitos pacientes que nunca fumaram. Pessoas jovens, ativas, que recebem o diagnóstico com a mesma surpresa que você talvez esteja sentindo agora.

E o mais difícil: além de enfrentarem o impacto do tratamento, ainda precisam lidar com o peso do julgamento — como se a doença fosse consequência de uma escolha pessoal.

É por isso que Agosto Branco não é só sobre prevenção.
É também sobre empatia, acolhimento.
Porque o câncer de pulmão não escolhe fumante.

É também um mês para conscientização dos outros fatores de risco: poluição do ar das grandes cidades, tenebroso na nossa cidade de São Paulo. O gás radônio, que ninguém ouviu falar mas hoje é considerado o segundo principal fator de risco. Tabagismo passivo. Fogão a lenha. Pesticidas. Exposições ocupacionais.

Esses pacientes demandam atenção especial pela diversidade molecular do tumor, que precisa ser bem avaliada.

Vamos juntos erradicar esse tumor!

Parar de fumar é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de câncer de pulmão, mesmo para quem fumou por muitos a...
18/08/2025

Parar de fumar é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de câncer de pulmão, mesmo para quem fumou por muitos anos.

Com método, orientação e apoio, é possível alcançar resultados reais. E quanto antes a decisão for tomada, maior é a redução do risco de desenvolver doenças graves.

Os benefícios começam em minutos:

Pressão e batimentos caem em 20 minutos.

O oxigênio no sangue melhora em 12 horas.

Em 1 ano, o risco de infarto já cai pela metade.

Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão reduz 50%.

Mas para chegar lá, o processo precisa ser respeitado.
Se você quer parar de fumar, comece por entender o que te prende ao cigarro. A partir disso, com apoio familiar e médico, é possível construir um caminho concreto.

A série da Netflix, Vinagre de Maçã, conta a história real de Belle Gibson — uma influenciadora que afirmava ter curado ...
15/08/2025

A série da Netflix, Vinagre de Maçã, conta a história real de Belle Gibson — uma influenciadora que afirmava ter curado um câncer terminal apenas com alimentação e terapias alternativas. Ela chegou a lançar um aplicativo e livros, até ser desmascarada: nunca teve câncer. E nenhuma das “curas” que divulgava era baseada em ciência.

Histórias assim ganham audiência porque tocam em algo real: o desejo de ter controle sobre a própria saúde. E de fato, alimentação saudável, atividade física e sono de qualidade são fundamentais para o bem-estar geral e também na oncologia.

Mas isso não significa que esses hábitos curam o câncer. Eles podem ajudar — e muito — na tolerância ao tratamento, na recuperação, na imunidade, no humor e até na prevenção de recidivas.
Mas não substituem cirurgia, radioterapia, imunoterapia, quimioterapia ou qualquer abordagem indicada com base no tipo e estágio do tumor.

Na minha prática clínica, sempre incentivo mudanças de estilo de vida. Mas com clareza: alimentação é uma aliada, não uma solução isolada.

Curas milagrosas, receitas milagrosas e histórias inspiradoras que ignoram a medicina precisam ser vistas com ceticismo.
Desinformação, quando romantizada, custa vidas.

Agosto Branco é o mês de conscientização sobre uma das doenças que mais impacta famílias no Brasil e no mundo, e não ape...
11/08/2025

Agosto Branco é o mês de conscientização sobre uma das doenças que mais impacta famílias no Brasil e no mundo, e não apenas pela gravidade do diagnóstico, mas também pelo estigma e pela desinformação que ainda cercam o tema.

Apesar de 85% dos casos estarem associados ao tabagismo, sabemos que fatores como poluição do ar, exposição ocupacional a substâncias tóxicas (como amianto, arsênio, radônio) e histórico familiar também aumentam o risco. E hoje, com a popularização dos ci****os eletrônicos entre os jovens, há uma nova preocupação crescente: o v**e também libera substâncias nocivas, e ainda não conhecemos todos os efeitos de longo prazo.

Cuidar da saúde pulmonar é um compromisso coletivo.
Isso inclui repensar hábitos, fazer escolhas mais conscientes e, principalmente, não normalizar o uso de substâncias que colocam vidas em risco.

Agosto Branco é um convite para que a informação circule mais do que a fumaça. E que a prevenção comece no que podemos mudar hoje.

É muito comum que, após o diagnóstico de um câncer, familiares próximos venham me procurar com uma dúvida recorrente:“Eu...
08/08/2025

É muito comum que, após o diagnóstico de um câncer, familiares próximos venham me procurar com uma dúvida recorrente:
“Eu também devo investigar? Quando devo começar os exames?”

Essa preocupação faz sentido. Em alguns casos, o histórico familiar pode, sim, estar relacionado a um risco aumentado — especialmente quando o câncer aparece em idades mais jovens, se repete em mais de um familiar ou afeta diferentes gerações.

Mas isso não significa que todos que têm um parente com câncer vão necessariamente desenvolver a doença.

O que costumo orientar é: se há um parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer — principalmente antes dos 50 anos — vale buscar uma avaliação com um oncologista. Essa conversa pode definir se há indicação para algum exame antecipado, como mamografia, colonoscopia ou, em alguns casos, te**es genéticos. Além de orientações sobre o estilo de vida para prevenção da doença.

A medicina evoluiu muito, e hoje temos estratégias de rastreamento personalizadas, com base no histórico familiar e no perfil de risco individual.

Endereço

Rua Ruggero Fasano
São Paulo, SP
05653120

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