06/12/2025
A carência não nasce nos amores adultos.
Ela nasce na forma como seus sentimentos foram recebidos lá atrás.
Se o que você sentia era ignorado, diminuído ou tratado como exagero, seu sistema aprendeu uma coisa dura:
para ser vista, você precisa fazer esforço.
Para ser acolhida, precisa merecer.
Para receber amor, precisa não incomodar.
E é dessa falta de validação que nasce o padrão de atrair pessoas difíceis.
Não porque você goste do impossível,mas porque o impossível soa familiar.
É como se uma parte sua dissesse: “Se eu conseguir que alguém inacessível me veja, finalmente eu valido aquilo que nunca reconheceram em mim.”
Só que isso não valida nada.
Só repete o roteiro.
Carência não é fraqueza.
É o eco de sentimentos que não tiveram espaço.
É a criança que aprendeu a se apagar para caber.
É o adulto tentando, nas relações de hoje, conquistar o reconhecimento que faltou nos primeiros vínculos.
A cura começa quando você reconhece a sua dor como legítima.
Quando você se dá a validação que ninguém soube oferecer.
Quando percebe que não é função de ninguém preencher um vazio criado pela ausência emocional do passado.
E quando isso acontece, algo muda profundamente.
Você para de escolher o difícil achando que ali está a prova do seu valor.
E começa a escolher relações onde sentir não é demais, não é incômodo, não é algo a ser negociado.
É simplesmente permitido.