23/10/2025
Estava eu em uma sessão de psicoterapia há duas semanas atrás, e me veio à lembrança este diálogo entre Snoopy e Charlie Brown.
"Um dia, nós vamos morrer, Snoopy. Sim, mas todos os outros dias, a gente vai viver".
Um quadrinho tão singelo, supostamente, tão infantil, no entanto, profundamente filosófico.
E como eu adoro filosofia, é para mim um "prato cheio" para reflexão.
Claro, sabemos que toda vida neste planeta é impermanente, logo, tudo que é vivo perecerá um dia. A finitude está à nossa frente todos os dias, ainda que não percebamos isso. É a folha verde que se torna amarela, depois marrom, até que cai ao chão e se transforma em adubo para outra planta que vai nascer.
São os nossos cabelos que caem diariamente no travesseiro, na hora do banho, ao pentear.
Muito mais do que tudo que observamos no externo, quando conseguimos enxergar, existe ainda, as nossas próprias células que, entre tantas, morrem umas, nascem outras, e por aí vai.
É um mundo interno e externo que se transforma a todo instante. E nós, o que fazemos nesse cotidiano louco e que não paramos sequer pra pensar.
É não se prender na primeira frase, à primeira vista, tão dolorosa, pra não ficarmos num lugar de desesperança e sem sonhos e realizações no porvir.
Melhor então, olhar para a segunda frase que nos aponta uma solução, uma aceitação, uma abertura para o sagrado da Vida, e que ainda não responde às nossas indagações mais profundas, e angustiantes.
"Sim, mas todos os outros dias, a gente vai viver."
Portanto, com todas as dificuldades da vida, os medos e receios de diversas ordens, que possamos ter esperança, força e fé, acolhendo tudo que nos chega, todas as experiências que nos atravessam no cotidiano e agradecer a cada dia pela oportunidade de um dia, e mais um dia, mais um dia, estarmos vivos.
Boa noite, bom descanso, boa Vida a todos.psi