29/06/2020
Bom dia!!!
O que eu tive e quero que meus filhos tenham?
Em um domingo, eu e meu marido, resolvemos levar a nossa filha ao circo pela primeira vez. Na época, ela tinha 4 anos, gostou muito e se divertiu demais. Na sequência, fomos tomar café da tarde na casa dos meus pais, a prima com 9 anos de diferença e a tia também foram. Passamos a tarde conversando, comendo e elas brincando. Na volta, perguntei o que ela mais tinha gostado no dia (faço essa pergunta constantemente). Para a minha surpresa, ela respondeu que foi ter ido para a casa dos avós e ter brincado com a prima. Estava certa de que o circo tinha sido o mais importante de tudo naquele dia, então essa resposta me trouxe muitas reflexões. Até brinquei com ela, que se soubesse, tinha economizado com os ingressos e ido somente à casa da vovó.
A partir desse dia, comecei a observar mais o que estou deixando para as minhas filhas (agora tenho mais uma).
Durante a minha infância, tive finais de semanas maravilhosos na casa dos meus avós, com os meus tios e primos. Foram almoços, cafés das tardes, natais, dia das mães, sextas feiras Santas, aniversários e tudo mais que fosse motivo para nos reunirmos. Esses encontros sempre foram regados a muitas conversas (todos falavam ao mesmo tempo), brincadeiras com os primos e muito afeto. Tantas lembranças que me enchem de saudades.
A família sempre foi algo importante para mim, portanto, procuro, constantemente estar presente nos melhores e piores momentos. Meus avós deixaram esse legado, que foi perpetuado pelos meus pais e que estou passando para as minhas filhas, junto com o meu marido.
Hoje, minha filha mais velha está com 8 anos. Diante do isolamento social que estamos vivendo, o que ela mais sente falta é do contato com a família, dos encontros e das tradições que sempre estiveram presentes e de repente se ausentaram.
Por meio de nossas ações, vamos transmitindo aos nossos filhos valores, crenças, hábitos, tradições, visão de mundo e tantas outras coisas. Fazemos isso de forma consciente ou espontaneamente porque faz parte de nós. A criança aprende muito mais observando nossas atitudes do que pelo que falamos. Por isso precisamos estar atentos aos nossos comportamentos, assim como passamos algo positivo, também reproduzimos, sem questionar, comportamentos que não foram tão benéficos para nós, isso porque repetimos modelos.
O autoconhecimento é fundamental para que de forma consciente possamos nos apropriar e transmitir o que temos de positivo e saudável. E ao identificarmos atitudes negativas, possamos nos modificar, assim conseguimos quebrar o ciclo de comportamentos que passam de geração para geração.
Seremos pais perfeitos? Não! Mas, podemos educar filhos emocionalmente mais saudáveis. O que for positivo, passamos para frente, o que não for, deixamos no passado.
Minha proposta com esse texto é que reflitam sobre a herança que querem deixar ou que estão deixando para seus filhos.
Autora:
Renata Araujo
Psicóloga, mãe e filha.