03/12/2025
Há 30 dias, Lô partiu!
Para a grande maioria das pessoas, inclusive eu, essa notícia chegou na manhã do dia seguinte.
Sinceramente, não sei dizer e nem descrever o que senti quando o meu amigo anunciou a partida de Lô.
Foi um misto de emoção
Nesses 30 dias, acompanhei todas as homenagens, mas as dos irmãos foram as que mais me comoveram, especialmente a de . Ele relatou os últimos momentos e tentou descrever em palavras sua dor. Senti daqui o seu grito. 🥹
Milton e todos os seus amigos perderam o cara do bem, alegre, que acreditava na amizade e no amor.
Os familiares... nem sei dizer.
A música brasileira, o menino prodígio, que entrava em seu modesto estúdio e saia de lá com uma obra prima.
Quando Lô morreu, alguma coisa em mim se calou.
Não foi apenas o silêncio de um músico: foi o eco de uma presença que atravessava o ar como se fosse vento soprando nas cordas de um violão antigo.
A sua morte foi uma espécie de pôr-do-sol dentro de mim. Não abrupto, não violento, mas aquele apagar lento da cor, como se o céu entendesse que precisava chorar junto.
Lô partiu e levou um pedaço do horizonte.
Deixou com todos nós esse chão de estrelas que sempre soube cantar.
Deixou as ruas pelas quais caminhamos em pensamento, os acordes que se deitam no peito feito travesseiro e essa saudade teimosa que me visita como lua cheia em madrugada sem sono.
A morte levou o seu corpo, mas não levou sua vida, porque há pessoas que seguem vivas na gente. Não pelo que foram, mas pelo que moveram dentro de nós.
E Lô moveu tempestades, moveu mundos, moveu um sentimento de amor que nem o tempo consegue soprar para longe.
Eu chorei muito, desde aquele 3/11, não porque ele partiu, mas porque ficou demais. Ficou em cada música que agora me abraça, em cada memória que revisito para suportar, em cada sonho que me visita com o som da sua voz.
Talvez seja isso amar quem se vai:
continuar ouvindo, mesmo quando o mundo insiste em fazer silêncio.
Eu ainda ouço Lô no vento,
no corpo da noite, na saudade que me atravessa em ondas e no lugar mais íntimo onde guardo o que é eterno.
Porque a morte só leva quem nunca foi música.
E Lô Borges sempre foi canção.
🎶❤️🌙🌻