Paulo Crespolini - Psicólogo

Paulo Crespolini - Psicólogo Boas-vindas! Aqui é uma clínica voltada, principalmente, para o tratamento dos relacionamentos afetivos e conjugais. Sejam bem-vindas e bem-vindos!
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Junto disso, o Paulo Crespolini também disponibiliza atendimento psicológico para adolescentes, adultos e famílias. Este espaço virtual existe para que possamos dialogar sobre variados adoecimentos psíquicos, com a liberdade respeitosa de quem se estaciona para ouvi-los, integrá-los e transformá-los.

Lá me vinha ela com a lamparina por entre as mãos, feita de um pavio de lã ao meio e com querosene até as tampas: “Coloc...
07/12/2025

Lá me vinha ela com a lamparina por entre as mãos, feita de um pavio de lã ao meio e com querosene até as tampas: “Coloca um cadim de luz. Enxerga! Vendo, espia. Se espiado, apure. Já, apurado, se aprume, resolva, avia logo com isso. ‘Alumia!’ Ilumina, criatura.” Antigamente, quando não havia luz na roça, era a candeia que nos servia, cheinha de azeite de mamona. Em seguida, veio a lamparina e, adiante, o lampião a gás. Até na cidade cada um tinha que levar a própria luz pra sair de casa. Torno a repetir: ‘levar a própria luz’! Lâmpada de LED é algo muito dos modernosos. Feituras à parte: é somente a luz quem faz enxergar aquilo que teimamos apagar.
Não é lampejo. É o clarão que tudo vê. Mas, de sofrer tantas invisibilidades do lado de fora, aprendemos a triste sina de nos invisibilizar do lado de dentro. “Tem base um trem desse?”; “Até parece que vou ser doido de abandonar tudo”; “Depois de velha me aparece uma ideias malucas dessas…” E, assim, seguimos, tratando como ‘loucura’ os apelos que nos vêm lá da fundura d’alma. É doidice querer recomeçar? É muita sandice tentar a felicidade nessa altura do campeonato? Que desatino desacelerar numa sociedade doente de pressa. Normal mesmo são os infelizes em vínculos onde até o amor já foi sepultado? Sãos, então, são aqueles que, no caixão onde jaz o afeto, não arredam o pé por medo do futuro? Que vida bem vivida é essa onde se conta mentiras pra si, como se fosse possível reviver o que foi morto por feridas violentamente reabertas? O que as fotos filtradas e as bodas pomposas esqueceram de contar aos amados?
Quantas vezes chegamos a ouvir os nossos anseios mais legítimos. Eles vêm com o tutano movedor da mudança, diante de uma vida que só soube viver de acordo com a vontade dos outros. Mas, apavorados com o desconhecido, tratamos de descambar em descaminhos, fazendo uma montoeira de coisas errantes: na contramão de quem fomos e no avesso de quem poderíamos ser. De repente se perdeu para não ter que mudar? Pode ser autêntico quem rejeita ao chamamento de si, que clama por mudança, ruptura e coragem?“Alumia” isso!
PAULO CRESPOLINI
▪️Psicólogo - CRP 06/132391
☎️WhatsApp: (11) 97752-7000

06/12/2025
Amiga das esponjas, estorvo das ferrugens, areadora dos alumínios, gêmea da limpeza: assim era a minha veinha. Criada na...
09/11/2025

Amiga das esponjas, estorvo das ferrugens, areadora dos alumínios, gêmea da limpeza: assim era a minha veinha. Criada na casa dos outros, servindo à mesa dos outros, cozinhando pros outros desde a época em que a pia f**ava lá na ribanceira. Pra chegar à to****ra a bichinha tinha que subir na cadeira. Antes fosse asseio, mas era sobrevivência. Ou deixava aquela imundície tinindo ou seria devorada pela fome. Cês escolheriam o quê? Ê, minha gente, se tem um trem tinhoso é o passado que nunca passa… Depois de fazer de um tudo, inclusive mocotó, moela e, das tripas, coração, minha veinha saía de fininho. Quando eu via, a bonita já tava na cozinha, lavanda as vasilhas dela, da gente e de todo mundo. Fazia aquilo até na casa dos outros. Cês acreditam?
Num casamento ela havia sumido da nossa mesa. Garçons procurados e ninguém sabia do paradeiro. Horas depois, avistada na cozinha, toda emperiquitada, grudada na pia, lá estava ela, pega na botija. Eita mulher custosa da gota serena! Não adiantava ralhar. A justif**ativa? Tinha que ajudar a mãe da noiva, coitada. Eu, que desmerecia o miolo das coisas, porque só enxergava a casca, achava que ela amava limpeza. Antes fosse por gosto, mas era por dívida. A feira feita, a comida pronta, a mesa posta, o tacho lavado, o cafezinho coado, as contas pagas, os filhos criados, o nunca dar trabalho… Eram meios de quitar a uma vida convertida em dívida. Nem ela sabia do endividamento. Quem dera se daquilo ela tivesse sido a maior das caloteiras.
Cá com os meus botões penso em você, veinha de corpo jovem ou de corpo velho. Esquecida de seus sonhos, de coluna arriada e com dor pra tudo quanto é canto. É dívida com marido, com a filharada, com os bichos. Até as plantas cobram. A casa pode ter nome de sua, a família teu sobrenome, mas se a dívida perdura: você, veinha que me lê, ainda continua criada na casa dos outros, pagando por uma dívida impagável. Até quando?
PAULO CRESPOLINI
▪️Psicólogo - CRP 06/132391
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Seu nome? “Socorro”. Só “Socorro”? Sim! Mas, pode chamar também de… das Dores, das Graças, dos Remédios, Celeste, Auxili...
02/11/2025

Seu nome? “Socorro”. Só “Socorro”? Sim! Mas, pode chamar também de… das Dores, das Graças, dos Remédios, Celeste, Auxiliadora! Tudo nela é serviço, tão divino e incondicional. Sabe? Tem gente que, desde parida, é chamada de “Socorro”. As que não são de nascença, são tornadas “socorro” ao longo da vida. Se não tem “Socorro” nos documentos, tem de ter “Socorro” nos ofícios. Tá lá registrado no cartório da mulher-feita. Dos rasgos, “Socorro” faz remendos. Das lascas, “Socorro” faz doces. Da fedentina, “Socorro” faz perfumes. E dos nós? Dos nós, “Socorro” faz laços, crochês, bordados, faz até família. Cê acredita? Eita, menina prendada! A candura da infância nem tinha se encharcado de sangue e “Socorro” já dormia com gatos e a acordava com os galos. A última a adormecer e a primeira a despertar. Até hoje dormir é luxo. Numa noite a Dona Insônia azucrina as ideias, noutra não dorme enquanto todo mundo não chega. Preguiçosa?
Sabida que só “Socorro” peleja no: “segura as pontas”, no “resolve aí” e no “aguenta mais um pouco”. Das mais jeitosas no fazimento das coisas, “Socorro” sempre “dá um jeito” ou dá o “seu” jeito. Jeitado isso há de f**ar. Nem o feijão consegue escapar. Se tá querendo azedar, “Socorro” vai lá e taca vinagre. Se não tem vinagre, vai de limão mesmo. Um cadinho de couve picada pra disfarçar o gosto. Trem folgado é ter uma “Socorro” por perto. Nem o azedume vinga. Preguiçosa?
Agorinha “Socorro” espiou ali, na cabeceira da vida, a uns dizeres: “quando o defunto acha quem carrega, ele pesa”. Para quem viveu cansada desde as entranhas: foi a primeira vez que “Socorro” se aproximou de si e entendeu que precisava ser socorrida, inclusive dela mesma. Socorrida dos excessos: pra entender que tudo na vida tem um limite, ainda mais o amor, tão mirrado, coitado! Socorrida da paúra da solidão: pra ver que é de tanto doar que se f**a só. Doar é remédio dos bons, mas se demais, vira veneno. Socorrida das vivências, que de tantas insistências, se tornam “falecências”. Preguiçosa? Pode ser preguiçosa uma cabeça que não para, um corpo que não descansa, uma alma que não tem folga?
PAULO CRESPOLINI
▪️Psicólogo - CRP 06/132391
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