14/09/2025
🌿 Hansei da Rumi — Sobre terapias da “nova era”
Hoje, me peguei refletindo sobre uma dessas terapias da chamada “nova era”.
Ela oferece uma fórmula simples, rápida, fácil de aplicar — quase uma receita de bolo emocional. Promete desbloqueios imediatos, curas profundas em minutos, e uma transformação que parece vir sem esforço.
Não exige anos de formação, nem o compromisso com uma linhagem de mestres, tampouco o enraizamento em tradições milenares. Seu discurso é sedutor: empoderador, motivacional, recheado de palavras como “cura quântica”, “despertar” e “autoconhecimento acelerado”.
Mas é aí que mora o risco.
Essas práticas crescem mais pelo impacto do marketing do que pela solidez da tradição ou da comprovação clínica. E embora possam trazer algum alívio momentâneo, muitas vezes carecem de profundidade, ética, contexto cultural e responsabilidade com o outro.
Sim, vivemos um tempo que clama por alívio, por atalhos, por soluções. Mas me pergunto: que tipo de transformação é essa que ignora o tempo, o estudo, a escuta e a humildade?
Sem keiken (experiência vivida), sem gokui (princípios secretos transmitidos com respeito), e sem kokoro (coração), tudo corre o risco de virar mais uma moda — rasa, passageira, e, infelizmente, descartável.
Por isso, deixo aqui este Hansei.
Não como crítica a quem busca ou pratica, mas como lembrete a nós, terapeutas: que sigamos com responsabilidade, sem esquecer o peso e a beleza de carregar um saber vivo.
伝統 (Dentō) — Tradição.
敬意 (Keii) — Respeito.
精進 (Shōjin) — Dedicação constante.
Esse é o meu caminho. Mesmo que leve mais tempo.