22/09/2025
A espessura endometrial é um preditor fundamental no sucesso da fertilização in vitro. O limiar de 7mm, estabelecido há décadas, tem sido um pilar na decisão de transferir ou não um embrião.
Uma nova publicação da revista Fertility and Sterility, que engloba mais de 180.000 pacientes e mais de 260.000 ciclos, demonstra uma correlação positiva entre a espessura endometrial e as taxas de nascidos vivos.
A faixa de 8 a 11.9mm parece representar a "zona ótima" de implantação, com taxas de sucesso superiores. Abaixo de 6mm, os resultados são consistentemente inferiores, e acima de 15mm, observa-se um efeito de platô.
Contudo, a aplicação clínica desses dados não é linear. A grande questão que emerge é sobre a metodologia do preparo endometrial: ciclo natural versus ciclo programado. Seria a receptividade de um endométrio de 7mm em ciclo natural equivalente à de um endométrio mais espesso em um ciclo hormonalmente programado? A literatura ainda busca um consenso.
Isso nos leva a uma reflexão crucial na prática clínica, especialmente em casos de embriões euploides limitados: devemos postergar uma transferência para buscar um endométrio mais espesso? A resposta não é única.
Ela reside na medicina de precisão, na análise criteriosa do seu histórico e na tomada de decisão compartilhada.